quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Comissão Nacional da Verdade III: Jornalista aponta importância da divulgação contínua dos trabalhos do grupo


Conforme coluna publicada pelo periódico Correio Braziliense, a jornalista Tereza Cruvinel expôs as divergências entre os membros da Comissão Nacional da Verdade (CNV) acerca da divulgação constante das informações coletadas. Apesar de, por lei, somente relatórios anuais e um trabalho final serem exigidos, a jornalista apontou recentes publicações pessoais, no site oficial do grupo, provindas do coordenador da Comissão, Claudio Fonteles. Estas relatam trabalhos recentes, a exemplo da confirmação das mortes sob tortura do jornalista Vladmir Herzog e do ex-deputado Rubens Paiva. Segundo a jornalista, e diante da afirmação de Fonteles de que há uma divisão interna sobre a questão da divulgação das investigações entre os membros do grupo, Cruvinel apontou que os integrantes que priorizam um constante diálogo entre o grupo e a sociedade decidiram pela liberdade da publicação em nome pessoal. Cruvinel afirmou que, até o momento, somente o coordenador publicou textos e documentos em nome pessoal, o que implicaria numa possível preferência dos demais membros em se concentrarem no trabalho final. A jornalista advogou que a conduta do silêncio frustra os parentes e amigos de vítimas do regime militar (1964-1985), além de não contribuir para ampliar o debate e a valorização da democracia, principalmente para os jovens que não vivenciaram o período. Fonteles, por outro lado, teria dito reconhecer que a Comissão está cumprindo este papel, apesar de apontar como “acanhado” o envolvimento social. Além disso, ele teria apontado as realizações da Comissão, que visitou todos os estados brasileiros e conta com onze audiências públicas em oito estados, participação em atos públicos e incentivo para a criação de comissões paralelas. Cruvinel afirmou ainda que no relatório final, a Comissão deverá também trazer recomendações e adiantou que uma delas será a transformação dos edifícios que hospedavam organizações da repressão em museus, medida que, segundo a jornalista, foi bem recebida pelo Instituto Brasileiro de Museus. (Correio Braziliense – 10/02/13)

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