quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Militar reformado foi acusado de receber propina em licitação de usina nuclear

Os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo evidenciaram envolvimento do almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva em fraudes na licitação da usina nuclear Angra 3. Segundo os periódicos, o militar, presidente licenciado da empresa Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, foi acusado de receber o valor de R$ 4,5 milhões em propina. De acordo com a Folha, a construtora Camargo Corrêa forneceu indícios de que “sete empresas –Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE, Techint, UTC, além da própria Camargo– fizeram um conluio para ‘fixar preços’ e ‘dividir o mercado’”. De acordo com o jornal, para o Ministério Público o militar teve “papel fundamental” no crime, visto que exerceu a função de diretor presidente da empresa estatal por um longo período. Segundo o Correio, o valor de R$ 4,5 milhões, pagos pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, que prestavam serviços à usina, foi encontrado nas contas da empresa de Silva, a Aratec. O militar negou que a Aratec seja uma empresa de fachada e afirmou que ao ingressar na Eletronuclear, emprestou a firma para a filha. Os jornais noticiaram que, no dia 31/07/15, o juiz federal Sérgio Moro prorrogou por cinco dias a prisão preventiva de Silva. Segundo a Folha, a prorrogação do prazo para a prisão preventiva justificou-se em razão de necessidade de um maior prazo para que sejam apresentadas provas de que o valor encontrado nas contas da Aratec provém de serviços prestados às empreiteiras. Segundo o jornal, o militar alegou que os serviços prestados foram traduções feitas por sua filha e serviços de engenharia oferecidos pelo genro. No dia 02/08/15, a Folha afirmou que a prisão de Silva lançou suspeitas sobre sua trajetória no programa nuclear secreto da Marinha. De acordo com o jornal, o almirante dirigiu o programa entre os anos de 1979 e 1994, e ficou “frustrado com a redução dos recursos destinados ao programa”. Silva abriu então uma consultoria a fim de desenvolver projetos no setor privado. Em 2005, porém, “à frente da Eletronuclear, Othon retomou as obras da usina de Angra 3”. Ademais, o periódico afirmou que o almirante teria em arquivo pessoal um grande número de documentos confidenciais sobre o programa brasileiro de enriquecimento de urânio. (Correio Braziliense – Política – 01/08/15; Folha de S. Paulo – Poder – 01/08/15; Folha de S. Paulo – 02/08/15 – Poder)

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