Em colunas opinativas
para o jornal Folha de S. Paulo, o deputado estadual coronel Alvaro Batista
Camilo e a vereadora Juliana Cardoso discorreram sobre a mudança dos nomes de
logradouros na cidade de São Paulo que homenageiam pessoas ligadas ao regime
militar (1964-1985). Segundo Camilo, a nomeação dos lugares faz parte da
história da cidade e reescrever essa história é um erro. O coronel declarou
respeitar a “memória dos que sofreram na ditadura militar”, porém questionou a
legitimidade de alterar algo que foi nomeado conforme a legislação municipal e
indagou se as mudanças seriam restritas apenas a nomes vinculados ao regime
militar. Em seguida, argumentou que “reinterpretar fatos do passado de maneira
simplista, sob a ótica e os valores do presente, é uma falta grave.” O militar
concluiu sua opinião afirmando que este tipo de medida abrirá espaço para que
futuras gerações tentem remodelar o passado para adaptá-lo à sua conveniência,
destruindo, desta forma, a história de um país. Cardoso, por sua vez,
argumentou de forma contrária, afirmando a importância de discutir com as
comunidades a respeito das mudanças, de forma a trazer para o cotidiano o
debate relativo aos direitos humanos. De acordo com Cardoso, a alteração de
nomes de ruas em São Paulo não é um fenômeno novo e está relacionada a
transformações que fizeram parte da história da cidade. Segundo a vereadora, a
simples alteração dos nomes não é suficiente, sendo necessário haver
consciência dos cidadãos a respeito das mudanças. (Folha de S. Paulo – Opinião
– 05/09/15)
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