segunda-feira, 16 de abril de 2012

Documentos confidenciais revelam preocupação militar brasileira com a Guerra das Malvinas

Conforme noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo, documentos confidenciais guardados no Arquivo Nacional, em Brasília, no Distrito Federal, revelam que o Brasil se preocupou em monitorar o conflito entre Argentina e Grã-Bretanha pela região das Malvinas, a chamada Guerra das Malvinas (1982), sob o temor de que a oposição argentina desse espaço para o comunismo soviético penetrar na América Latina e também de que o programa nuclear argentino se acelerasse. Foram produzidos cerca de cinquenta informes que monitoraram, com informações escassas, a evolução do conflito. Um documento secreto do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), datado de abril de 1982, atesta que a União Soviética teria se comprometido a repassar 100 quilogramas de urânio enriquecido aos argentinos para seu programa nuclear, assegurado por um contrato entre a Comissão Nacional de Energia Atômica argentina e a entidade soviética de comércio exterior, Teschmabexport. Os soviéticos também teriam usado seu poder de influência em outros países para repassar armas aos argentinos de forma indireta e discreta. Durante o transporte de embaixador cubano a Buenos Aires o avião foi interceptado por voo ilegal em espaço aéreo brasileiro, com suspeita de transporte ilegal de ajuda militar. O governo brasileiro, que durante o conflito das Malvinas, era regido por João Baptista Figueiredo (1979-1985), militar, não ficou satisfeito por ter sabido da invasão argentina às ilhas somente pela imprensa, conforme atestam os documentos das Forças Armadas brasileiras, uma vez que os militares acreditavam que, devido à proximidade territorial, deveria ter havido um aviso prévio. Um outro documento denominado “Conclusões e Ensinamentos” reflete o temor dos brasileiros em relação aos possíveis conflitos com a Argentina, caso fossem reabertas as questões sobre Itaipu e outros antigos litígios de fronteiras. O documento aponta, também, a falta de equipamentos de guerra e tecnologias de informação do poderio militar brasileiro e a decisão de aumentar a frota de submarinos após observar a utilização estratégica desses pelos britânicos; além da dependência Argentina na questão de armamentos. (O Estado de S. Paulo – Internacional – 01/04/12)

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