segunda-feira, 16 de abril de 2012

Comemoração dos 48 anos da tomada de poder pelos militares gera tumulto

Segundo os periódicos Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, o aniversário de 48 anos da tomada de poder pelos militares, ocorrida no dia 31/03/1964, causou tumulto tanto por ter presenciado celebrações de clubes militares, quanto por resistência da oposição. Apesar de o Exército ter abolido de seu calendário as datas comemorativas ao golpe no ano de 2011, 80 militares da reserva se reuniram no dia 31/03/2012 na Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, para acompanhar um sobrevoo organizado pela Associação dos Veteranos Paraquedistas, no qual quatro coronéis saltaram carregando bandeiras do Brasil, aterrissando na Praia da Reserva, no Recreio dos Bandeirantes. Além disso, um avião carregava uma faixa com os dizeres “Parabéns Brasil, Brasil. 31 de março de 64”. O deputado e militar da reserva, Jair Bolsonaro do Partido Progressista (PP), participou da celebração saltando de paraquedas com os militares. Segundo o Correio Braziliense, o grupo Levante Popular da Juventude, junto a movimentos formados por familiares de vítimas do regime militar (1964-1985) e grupos de defesa dos direitos humanos, se uniram e programaram para os dias 31/03/12 e 01/04/12 manifestações intensas em redes sociais. Também segundo o Correio, o Partido Socialista e Liberdade (Psol) organizou uma homenagem aos perseguidos pelo regime militar, na cidade de Sorocaba, estado de São Paulo (SP), e divulgaram um repúdio a qualquer celebração do golpe militar. A ONG Terrorismo Nunca Mais (Ternuma) organizou uma missa em Brasília para lembrar as almas dos brasileiros mortos em luta armada. Em outro movimento, muros de casas de militares da reserva foram pichados com os dizeres “aqui mora um torturador”. Noticiado pelos três jornais, no dia 29/03/12, trezentos representantes da oposição militar, partidos esquerdistas, grupos humanitários e familiares de vítimas da ditadura, bloquearam a entrada do Clube Militar na cidade do Rio de Janeiro e ofenderam os reservistas chamando-os de “torturadores” e “assassinos”, resultando em agressões físicas entre ambas as partes. A polícia militar foi acionada para conter o tumulto. Tais manifestações visaram protestar contra as comemorações que ainda ocorrem entre os militares pela data e pressionar o governo para uma rápida instauração da Comissão da Verdade. O coordenador estadual do grupo Levante Popular da Juventude do estado do Rio Grande do Sul, Lúcio Caetano, afirmou que a iniciativa pretendia balancear as pressões ao governo, que estava tendendo a um recuo nessa área graças a forte manifestação da direita. Além disso, o vice-presidente do Ternuma em São Paulo, Marcelo Zelic, reuniu no dia 01/04/12, quase 300 pessoas que participaram de uma passeata no centro da cidade de São Paulo em protesto contra ao regime militar de 1964, que completou 48 anos. O movimento, convocado pela internet e nomeado de "Cordão da Mentira", partiu de cemitério localizado na região da Consolação, próximo ao centro da cidade de São Paulo, e foi finalizado próximo ao antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Ari Cunha, em coluna opinativa pelo Correio Braziliense, também comentou a data por meio de um breve resumo histórico da tomada de poder e ressaltando as melhorias políticas com o retorno da democracia, adicionou ainda que a presidente da República, Dilma Rousseff, em visita ao exterior, comentou o ocorrido avisando que ao voltar resolveria os assuntos internos. (Correio Braziliense – Política – 31/03/12; Correio Braziliense – Política – 01/04/12; Correio Braziliense – Opinião – 01/04/12; Folha de S. Paulo – Poder - 01/04/12; Folha de S. Paulo – Poder – 02/04/12; O Estado de S. Paulo – Nacional – 01/04/2012)

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