terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Questões políticas e técnicas da compra dos caças Gripen são discutidas

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, Peter Hakim, presidente emérito do Diálogo Interamericano, a escolha da empresa vencedora da licitação para a compra dos caças do projeto FX-2 é complexa e revela muito sobre as atuais relações bilaterais entre o Brasil e os Estado Unidos da América (EUA). Segundo Hakim, representantes do governo brasileiro afirmaram que os critérios técnicos e financeiros foram decisivos na escolha dos caças, mas especula-se que a deterioração das relações político-diplomáticas entre os dois países teriam um grande peso na tomada de decisão. Os caças Gripen NG da empresa sueca Saab têm custos de compra e operação inferiores ao F-18 Super Hornet da empresa estadunidense Boeing e, além disso, o governo sueco impôs menores restrições em comparação ao estadunidense em termos de transferência de tecnologia. Segundo O Estado, a presidenta da República, Dilma Rousseff, em encontro com representantes da empresa Saab na cidade de Davos, na Suíça, procurou estabelecer os detalhes da compra dos caças. Inicialmente, foram comprados 36 aviões avaliados em US$ 4,5 bilhões. A empresa sueca pretende entregar as aeronaves ao Brasil a partir de 2018 e espera um acordo rápido, em menos de doze meses. Segundo O Estado, uma possível solução para preencher o gap entre a desativação dos Mirage 2000 - desativados no dia 31/12/13 - e a entrega dos primeiros caças Gripen, em 2018, seria o aluguel de caças Gripen da série JAS-39 que estão em uso em países como África do Sul. De acordo com o jornal, o governo sueco admitiu a negociação de até 12 aeronaves desse modelo entre as mais novas da frota da Força Aérea Sueca. O treinamento de transição dos pilotos brasileiros seria realizado na África do Sul, segundo oficiais do setor operacional da FAB, pelo fato de o país oferecer condições gerais semelhantes ao Brasil. De acordo com Oliveiros S. Ferreira, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o tempo gasto para concluir a compra dos caças demonstra que as questões de Defesa são postas em segundo plano pelo governo brasileiro. Ferreira questionou o período de fragilidade do espaço aéreo e o tempo e orçamento necessários de treinamento para que a FAB se adéque aos modelos suecos. Segundo o professor, o processo de revenda dos aviões, possibilitado devido à transferência de tecnologia, pode ser dificultado pelos estadunidenses, que detém a propriedade de alguns componentes utilizados pelos suecos. (O Estado de S. Paulo - Caderno 2 - 08/01/14; O Estado de S. Paulo - Espaço Aberto - 10/01/14; O Estado de S. Paulo - Política - 12/01/14; O Estado de S. Paulo - Espaço Aberto - 14/01/14; O Estado de S. Paulo - Economia - 24/01/14; O Estado de S. Paulo - Política - 25/01/14)

Nenhum comentário:

Postar um comentário