Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a
Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro divulgou em sessão realizada no
dia 07/02/14 documentos que revelam que dois filhos do ex-deputado federal
Rubens Paiva foram espionados por 13 anos após a morte do parlamentar, em 1971,
durante o regime militar (1964-1985). No dia anterior, a Comissão tornou público
o depoimento do coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos, que revelou ter sido
designado para a missão de simular o tiroteio e o sequestro de um preso,
visando encobrir a morte de Rubens Paiva. Tal declaração rompeu com o sigilo de
43 anos e desmontou a versão oficial de que Paiva teria fugido da prisão. O
ex-deputado foi preso 1971, tendo sido visto pela última vez na sede do
Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa
Interna (DOI-Codi), no Rio de Janeiro. Os documentos divulgados apontam que
dois filhos do parlamentar, o escritor Marcelo Rubens Paiva e a psicóloga Vera
Paiva, foram perseguidos até 1984. O jornal Correio Braziliense recordou que
Rubens Paiva foi um dos presos políticos mais emblemáticos do país e que seu
corpo nunca foi encontrado. Eleito deputado federal pelo Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), em 1962, participou ativamente da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) direcionada a investigar as atividades do Instituto de
Pesquisas Sociais e Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IPES-IBAD),
entidades que participaram da tomada de poder em 1964. O deputado, que durante
a CPI havia descoberto o depósito de cheques nas contas de alguns militares,
teve seu mandato cassado dez dias após o golpe e se exilou na Europa, mas
retornou ao Brasil, sendo preso em sua casa por homens que diziam integrar a
Aeronáutica. De acordo com Amilcar Lobo, médico que atendia os presos
políticos, Paiva foi duramente torturado. (Correio Braziliense – 08/02/14;
Folha de S. Paulo – Poder – 08/02/14; Folha de S. Paulo – Poder – 09/02/14)
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