sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dilma Rousseff não decidiu a compra dos caças do programa FX-2

De acordo com o jornal Correio Braziliense, a presidenta da república, Dilma Rousseff, finalizará seu mandato sem decidir como se realizará a compra dos caças do programa FX-2, de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira (FAB). O Orçamento de 2014 previsto para o Ministério da Defesa não corresponde ao valor do negócio, que custará mais R$ 10 bilhões. Durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, os militares afirmaram que para que as Forças Armadas façam “o mínimo necessário” o orçamento deveria ser acrescido em R$ 13 bilhões. Segundo Miguel Corrêa, relator-geral do Orçamento de 2014, a compra dos caças não está prevista para o próximo ano porque “não é prioridade para o governo”. Segundo o jornal, a compra dos caças é uma operação complicada, uma vez que demanda transferência de tecnologia, um índice de produção nacional e um longo período de obrigações contratuais. Porém, os militares avaliam essa operação como necessária para a proteção do território nacional. O Correio recordou que em 2008, três caças foram selecionados para a última parte do programa FX-2: o F18 Super Hornet, fabricado pela empresa estadunidense Boeing; o Gripen NG, proposto pela sueca SAAB; e o Rafale, produzido pela francesa Dassault. A Boeing argumenta que o Super Hornet, além de acessível, possui baixo risco e está em operação atualmente. O caça é capaz de acumular 1 milhão de horas de voo. A empresa SAAB, por sua vez, alega que o caça Gripen NG é versátil e extremamente avançado, suas armas são precisas e teleguiadas. De acordo com os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, a visita do presidente da França, François Hollande, ao Brasil, nos dias 12 e 13/12/13, teve grande importância nas negociações do projeto FX-2. Hollande veio ao Brasil acompanhado do principal executivo da Dassault, Éric Trappier. Apesar de a proposta de orçamento do governo federal para 2014 não incluir recursos para a compra dos aviões, a expectativa acerca da finalização das negociações era grande. De acordo com a Folha, as chances do Rafale ser escolhido aumentariam por diversos fatores, entre eles a boa relação que Hollande mantém com a presidenta da República, Dilma Rousseff, e também a garantia de transferência de tecnologia. Os franceses já concordaram em transferir 100% da tecnologia, e com uma perspectiva de nacionalização de 50%, uma vez que os caças seriam montados pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), enquanto os Estados Unidos oferecerem um patamar de transferência tecnológica somente concedido às nações com que o país mantém as melhores relações. No que diz respeito ao preço dos caças, o Rafale é 40% mais caro que o F-18. Apesar dos pontos positivos, a Folha afirmou que o Rafale não é o mais bem visto pelo Comando da Aeronáutica, sendo que a FAB o classificou em último lugar no relatório de avaliação dos caças. Segundo o Correio do dia 13/12/13, alguns dos franceses que acompanhavam o processo consideram que a decisão da compra dos caças pelo governo brasileiro dificilmente ocorrerá antes de 2016. De acordo com o jornal, os franceses, no entanto, estavam otimistas com a possibilidade do caça Rafale ganhar força na concorrência diante o esfriamento das relações entre o Brasil e os Estados Unidos da América, pois, segundo um funcionário do governo brasileiro, os estadunidenses atuaram não só a favor de sua aeronave, o F-18, mas também contra o caça francês Rafale, afirmando que “eles chegaram a dizer: se não quiserem levar o F/A-18, escolham o Gripen [caça sueco]". Ainda segundo o Correio, diante a demora do Brasil em fazer a escolha dos caças, é necessário “negociar acordos de parceria local para a produção de componentes dos aviões, uma exigência do governo brasileiro, e refazer muitas contas”. (Correio Braziliense – 08/12/13; Correio Braziliense – 10/12/13; Correio Braziliense – 12/12/13; Correio Braziliense – 13/12/13; Folha de S. Paulo – Poder – 10/12/13; Folha de S. Paulo – Opinião – 12/12/13)

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