De acordo com o
jornal O Estado de S. Paulo, a jornalista Daniela Arbex, autora do
livro-reportagem “Cova 312”, a ser lançado no dia 18/06/15, reuniu provas de
que o militante integrante da Guerrilha de Caparaó, Milton Soares de Castro,
foi assassinado durante o regime militar (1964-1985). A versão oficial aponta a
morte de Soares de Castro como suicídio, porém, após mais de dez anos de
investigação, Arbex obteve acesso ao inquérito do Superior Tribunal Militar
(STM), no qual constavam fotos do corpo e perícias da cela onde o militante
morreu. De acordo com o periódico, Arbex descobriu, em 2002, os restos mortais
do militante no cemitério municipal de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais,
cidade onde o guerrilheiro fora preso. A Comissão de Mortos e Desaparecidos
tentou exumar o corpo, porém não obteve autorização da família de Soares de
Castro. Em 2007 a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos,
ligada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República,
publicou no livro Direito à Memória e à Verdade uma versão do assassinato
baseada nas investigações conduzidas por Arbex à época. Após acesso ao
inquérito do STM, a jornalista consultou os peritos que fizeram a necropsia e
um dos peritos, a partir do documento, descartou a hipótese de suicídio. O
livro assinado por Arbex mostra ainda a história da penitenciária de Linhares,
onde Soares de Castro fora preso e por onde passou também o atual prefeito de
Belo Horizonte, Márcio Lacerda, o qual relatou sobre um motim ocorrido no presídio
em setembro de 1970. Na ocasião, segundo Lacerda, um enfrentamento com a
polícia foi evitado, pois após assembleia para definir como agiriam, Soares de
Castro lembrou que a decisão deveria ser por dois terços, e não por maioria
simples, invalidando assim a decisão de enfrentar a polícia. (O Estado de S. Paulo – Política – 30/05/15)
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