quarta-feira, 10 de junho de 2015

Livro reúne provas de que militante foi assassinado durante o regime militar

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a jornalista Daniela Arbex, autora do livro-reportagem “Cova 312”, a ser lançado no dia 18/06/15, reuniu provas de que o militante integrante da Guerrilha de Caparaó, Milton Soares de Castro, foi assassinado durante o regime militar (1964-1985). A versão oficial aponta a morte de Soares de Castro como suicídio, porém, após mais de dez anos de investigação, Arbex obteve acesso ao inquérito do Superior Tribunal Militar (STM), no qual constavam fotos do corpo e perícias da cela onde o militante morreu. De acordo com o periódico, Arbex descobriu, em 2002, os restos mortais do militante no cemitério municipal de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, cidade onde o guerrilheiro fora preso. A Comissão de Mortos e Desaparecidos tentou exumar o corpo, porém não obteve autorização da família de Soares de Castro. Em 2007 a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, ligada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, publicou no livro Direito à Memória e à Verdade uma versão do assassinato baseada nas investigações conduzidas por Arbex à época. Após acesso ao inquérito do STM, a jornalista consultou os peritos que fizeram a necropsia e um dos peritos, a partir do documento, descartou a hipótese de suicídio. O livro assinado por Arbex mostra ainda a história da penitenciária de Linhares, onde Soares de Castro fora preso e por onde passou também o atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, o qual relatou sobre um motim ocorrido no presídio em setembro de 1970. Na ocasião, segundo Lacerda, um enfrentamento com a polícia foi evitado, pois após assembleia para definir como agiriam, Soares de Castro lembrou que a decisão deveria ser por dois terços, e não por maioria simples, invalidando assim a decisão de enfrentar a polícia.  (O Estado de S. Paulo – Política – 30/05/15)

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