Em coluna opinativa
para o periódico Folha de S. Paulo, o colunista Clóvis Rossi relatou sua
experiência ao acompanhar os pais de brasileiros que, durante o exílio, foram
torturados no Estádio Nacional de Santiago do Chile, utilizado como prisão
durante o regime militar chileno (1973-1990). Segundo Rossi, “os militares não
apenas torturavam os presos, mas martirizavam também seus parentes”. O
colunista citou a morte do brasileiro Vânio José de Matos, ex-capitão da
Polícia Militar de São Paulo e militante da Vanguarda Popular Revolucionária
(VPR), como obra do descaso dos militares para com os presos e das condições do
ambiente. O jornalista ainda afirmou que, apesar de militares brasileiros terem
participado dos episódios de tortura no Estádio, o Brasil ainda não prestou
contas a respeito de sua participação nas violações de direitos humanos
praticadas no Chile. O Estádio inaugurou, em 2014, um memorial localizado no
corredor de acesso à saída 8, onde era possível que os presos vissem e fossem
vistos de relance por seus familiares. Entretanto, Rossi afirmou que, tanto o
Chile quanto o Brasil necessitam “encontrar uma forma de ir adiante sem que
isso signifique perdoar ou esquecer", frase que o jornalista e escritor
mexicano Alberto Lati utilizou para explicitar sua opinião quanto ao memorial.
(Folha de S. Paulo – Mundo – 15/06/15)
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