Em editorial, o jornal
O Estado de S. Paulo abordou as repercussões da Missão das Nações Unidas para a
Estabilização no Haiti (Minustah). A operação iniciada em julho de 2004, com
duração prevista de seis meses. Contudo, as tropas permanecem no país há 11
anos e a missão tem seu fim previsto para o ano de 2016. Em princípio, a
operação tinha como objetivo restabelecer a normalidade e garantir a transição
democrática. Segundo o periódico, no entanto, a Minustah equiparou-se a uma
força de ocupação estrangeira, especialmente porque a “estabilização” se
resumiu em garantir a segurança em favelas e a ajudar a silenciar protestos da
oposição e de movimentos populares. Em denúncia apresentada ao Senado Federal
brasileiro, no dia 21/05/15, o senador haitiano Jean Charles Moise afirmou que
“cada vez que o povo se mobiliza contra a corrupção, a má governança e a
fraude, a Minustah é usada para reprimir a população”. De acordo com o jornal,
o envolvimento do Brasil, que possui o maior contingente de soldados (1.200) e
chefia a missão, “tratou como uma questão de segurança internacional um
complexo problema de disputa de poder local, e ademais se estendeu muito além
do previsto inicialmente”. Além disso, o periódico apontou a importância da
missão na “restauração das instituições do Estado haitiano, na recuperação do
tecido social do país e na ajuda essencial após o terrível terremoto de 2010”.
(O Estado de S. Paulo – Opinião – 04/06/15)
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