sábado, 22 de outubro de 2011

Os avanços do programa para desenvolvimento do submarino nuclear

Conforme publicado pelo jornal Correio Braziliense, o projeto para produção do submarino nuclear do país, que ficou, em boa parte, estagnado entre os anos de 1994 e 2006, foi reanimado recentemente com as descobertas de novas reservas de petróleo e do pré-sal, que representam um aumento nas demandas da Marinha. Acordado em 2008 e aprovado pelo Senado em abril desse ano, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), parceria estratégica entre Brasil e França que visa a transferência de tecnologia da classe Scorpène para produção de submarinos, prevê a construção de quatro unidades de submarinos convencionais, modelo S-BR, movidos a motor diesel-elétrico, e um nuclear. Eles entrarão em serviço de forma escalonada, com as previsões variando entre 2015 e 2025. De acordo com o jornal, todos os submarinos serão construídos no novo estaleiro de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, que deverá ser concluído, juntamente com as demais infra-estruturas do projeto, em 2015. O custo estimado para o programa é de 16 bilhões de reais. Apesar de o número de embarcações parecer reduzido, a Marinha afirmou que, após a nacionalização dos componentes, será mais fácil construir novas unidades. De acordo com o Correio, além de sofrer algumas modificações com relação ao modelo original (CM-2000), o S-BR poderá atingir 37 km/h, enquanto submerso, e 22 km/h na superfície; possuirá capacidade para ficar até 50 dias debaixo d’água e sua tripulação terá pelo menos 32 integrantes. No caso do submarino nuclear, o Centro Tecnológico da Marinha em Iperó, no estado de São Paulo, que já desenvolveu o combustível, ficará responsável também pela propulsão nuclear. Com relação à aplicabilidade dos submarinos, embora os instrumentos a serem produzidos no Brasil sejam de ataque, ou seja, que podem ser usados em combate com outros submarinos, embarcações ou alvos na superfície, a importância estratégica desses veículos se pauta mais no poder de dissuasão que eles representam. Enquanto os convencionais farão a patrulha mais próxima da costa, o nuclear, devido a suas potencialidades e alcance, terá maior autonomia, o que a Marinha pontua como ideal para regiões com grandes extensões litorâneas. (Correio Braziliense – Ciência – 10/10/11)

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