quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Militares brasileiros veem com ressalva a parceria ucrano-brasileira para lançamento de satélites

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a decisão do governo brasileiro de reativar a empresa Alcântara Cyclone Space (ACS), criada em parceria com a Ucrânia para lançamento de satélites comerciais, reascendeu o descontentamento dos militares da Aeronáutica, que nunca viram esse projeto de forma positiva . Para eles, sua execução representa uma “dupla intromissão”, pois, em primeiro lugar, o programa para o lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4, um dos objetivos iniciais da empresa, concorre com o Veículo Lançador de Foguetes (VLS), programa desenvolvido pela Aeronáutica para a produção de um lançador de satélites; em segundo lugar, porque a infraestrutura  para o lançamento do foguete foi construída na base da Força Aérea Brasileira de Alcântara, localizada no estado do Maranhão, já que o espaço inicialmente previsto, uma área vizinha da base, foi perdido judicialmente em uma disputa com comunidades quilombolas. O Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também é desfavorável à iniciativa da ACS, pois o Brasil não tem um acordo de proteção de tecnologia com os Estados Unidos, o que inviabilizará o lançamento da maioria dos satélites, pois estes possuem peças americanas e são proibidos de serem lançados em países que não têm o acordo estadunidense. Segundo  a Folha, a retomada do projeto, que havia se estagnado devido à omissão de capital por parte do sócio europeu, o qual já se prontificou a reforçar os investimentos, prevê não apenas uma maior injeção de recursos, como também uma reformulação na direção da parte brasileira da empresa, cargo para o qual foi nomeado o brigadeiro Reginaldo dos Santos, reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), pelo  ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, o que,  segundo a Folha, sinaliza uma tentativa de maior aproximação com a Aeronáutica. (Folha de S. Paulo – Ciência – 26/09/11)

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