domingo, 14 de agosto de 2011

Ministério da Defesa I: declarações do ministro da Defesa Nelson Jobim culminam em seu pedido de demissão

De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, no início da semana Dilma Rousseff, presidente da República, cogitou exonerar Nelson Jobim, ministro da Defesa. A tensão ocorreu após a afirmação pública de Jobim de que seu voto, na eleição presidencial de 2010, foi para o candidato José Serra, adversário político de Rousseff. Além desse episódio, o discurso de Jobim na homenagem aos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, no dia 30/06/11, no qual afirmou que “os idiotas perderam a modéstia”, foi considerado ambíguo, muitos interpretaram suas declarações como críticas ao presente governo, entretanto, o ministro afirmou que sua intenção foi recriminar a atuação de alguns jornalistas. Em evento oficial realizado no dia 29/07/11, no Palácio do Planalto,  Rousseff não  citou Jobim em discurso proferido  a militares, como estabelece a tradição, e o tratou de maneira absolutamente formal. Embora amigos de Jobim tenham afirmado que sua intenção não era a de permanecer no Ministério por muito tempo,  no dia 01/08/11, o ministro da Defesa afirmou publicamente sua pretensão em continuar no cargo,  tecendo elogios a presidente no programa Roda Viva da TV Cultura. Segundo o jornal Correio Braziliense,  afirmou não compreender tamanha repercussão a respeito de seu voto na última eleição presidencial, pois durante a campanha da então candidata Dilma Rousseff  já havia declarado que não a apoiaria explicitamente em virtude de sua forte ligação com o então candidato José Serra, mas que independente de sua opção política serviria ao governo com entusiasmo e
lealdade. O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o defendeu alegando que “Jobim virou ministro por sua competência, não pela opção de voto”.  Segundo  noticiado pelo Correio , em audiência no Palácio do Planalto, realizada no dia 03/08/11,  Rousseff havia decidido manter Jobim no cargo,  entretanto, durante a noite  do mesmo dia, decidiu demiti-lo após ser informada pela ministra da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas,  de uma entrevista concedida por Jobim à revista Píaui na qual afirmou que  a ministrasde Relações Institucionais, Ideli Salvatti, era “fraquinha”, e  a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, era “uma pessoa que não conhece Brasília”.  Em virtude disso a presidente exigiu que o ministro da Defesa pedisse demissão ou então seria demitido, da mesma forma os militares também consideram infelizes as afirmações, o que para eles se configurou como um ato de insubordinação.  No dia 04/08/11 o vice-presidente da República, Michel Temer, durante a cerimônia para a assinatura do acordo de cooperação entre Brasil e Colômbia, tentou amenizar as declarações de Jobim à  revista, o mesmo foi feito pelo ministro, que afirmou que suas declarações estavam fora de contexto. Contudo, Jobim teve de retornar a Brasília, como determinado pela presidente e concretizar seu pedido de demissão.  Após saber dos acontecimentos o ex-presidente Lula e o ministro das Comunicações e marido da ministra Gleisi, Paulo Bernardes, criticaram a postura do ex-ministro Jobim, classificando-a de deselegante. (Correio Braziliense – Política – 31/07/11; Correio Braziliense – Política – 02/08/11; Correio Braziliense – Política – 04/08/11; Correio Braziliense – Política – 05/08/11; Folha de S. Paulo - Poder - 30/07/11; Folha de S. Paulo - Poder - 02/08/11; Folha de S. Paulo - Poder - 05/08/11; O Estado de S. Paulo – Nacional – 02/08/11; O Estado de S. Paulo – Nacional – 05/08/11)

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