domingo, 14 de agosto de 2011

Almirante de esquadra reformado critica ausência de interesse em defesa no Brasil

Em coluna opinativa do jornal O Estado de S. Paulo, Mario Cesar Flores, almirante de esquadra reformado, criticou o incipiente debate em defesa no Brasil. O almirante afirmou que o “sistema militar” brasileiro, nas últimas décadas, é muito solicitado a atuar nas áreas da segurança pública e em ações criminosas nas fronteiras, ressaltou o alto índice de credibilidade que as Forças Armadas possuem perante a sociedade mas, na visão do almirante, a função policial e a credibilidade social não se refletem em um investimento em defesa. Segundo Flores, “praticamente não existe no Brasil interesse político e societário pela defesa nacional”. Como exemplo desse descaso, o militar questiona se houve algum debate no Congresso Nacional e na mídia acerca da Estratégia Nacional de Defesa (END), a qual vigora desde dezembro de 2008. Para o militar reformado, não existe, até o momento, um sentimento nacional sobre as implicações da END, da mesma forma que os cortes orçamentários prejudicam a modernização na área de defesa. Alerta que em um regime democrático “a construção de poder militar eficiente, em coerência com o País e sua inserção internacional, não é viável na contramão do sentimento nacional, principalmente de sua representação política.” De acordo com o almirante, o preconceito com o passado interventor dos militares na política, a “cultura clientelista e patrimonialista” brasileira, a falta de interesse eleitoral na esfera da defesa e a longa inexistência de um Estado inimigo, que ameace a soberania nacional, são os quatro motivos que ilustram a falta de interesse na área. Como possível resolução, Flores afirma que deve haver uma “elevação da sensibilidade nacional sobre defesa”, mas por se tratar de um aspecto cultural da sociedade, o processo ocorrerá gradativamente, sendo  necessário para que se alcancem esses objetivosdemonstrar à sociedade como a estratégia de conquista do poder mantém-se vigente no século XXI. (O Estado de S. Paulo – Opinião – 02/08/11)

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