terça-feira, 19 de maio de 2015

Brasileiro assumirá a posição de secretário-geral da Escola Sul-Americana de Defesa

Em entrevista ao periódico Correio Braziliense, Antônio Jorge Ramalho, assessor especial do Ministério da Defesa e professor na Universidade de Brasília (UnB), que assumirá pelos próximos 2 anos o posto de secretário-geral da Escola Sul-Americana de Defesa (Esude), órgão recém-criado pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul), falou sobre os objetivos e os desafios de sua nova função. Segundo Ramalho, o objetivo da Esude é estruturar o trabalho de instituições militares na região e difundir a concordância multilateral nas questões estratégicas, estabelecendo “os interesses da América do Sul” através do diálogo e da pacificidade característica da região. Apesar de afirmar que a criação da Esude não se deu como uma forma de distanciar-se da Escola Militar Americana, assuntos relacionados à segurança cibernética, como a questão da espionagem realizada pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, estão entre as prioridades definidas pelos 12 países que fazem parte da Unasul. Outros pontos que a Esude destacará são “questões de gênero no âmbito militar, relações entre civis e militares, resposta a desastres naturais e operações de paz”. Ramalho afirmou haver um mandato para o estabelecimento de um projeto promovendo uma “cultura de defesa conjunta” com base na confiança, na troca de experiências e no diálogo a respeito de possíveis desafios e dificuldades, incentivando, assim, “o desenvolvimento de tecnologias e o compartilhamento de estruturas produtivas” através de informações que direcionem o processo de tomada de decisão conjunta. Ramalho afirmou também que a finalidade da Esude é de “contribuir para que haja uma compreensão melhor de como cada um dos 12 países enxerga o emprego das Forças Armadas no combate a crimes transfronteiriços” e em assuntos relacionados à segurança nacional. Quanto à participação brasileira, o futuro secretário-geral afirmou ser “natural” a escolha de um brasileiro para desenvolver essa nova operação devido ao fato de o país promover uma “convivência pacífica” e diplomática com os seus vizinhos, o que facilitaria a construção de uma ideologia compartilhada. (Correio Braziliense – Mundo – 11/05/15)

Nenhum comentário:

Postar um comentário