O jornal Correio
Braziliense noticiou que a presidenta da República, Dilma Rousseff, tem
buscado maior aproximação com as Forças Armadas (FA), ao aprovar o aumento
salarial e avançar em projetos importantes da categoria. No mês de agosto foi
aprovado o aumento salarial de 30% aos militares que não se uniram à onda de
greves iniciada pelos servidores federais. Também houve avanços em projetos
caros aos militares, como o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear e
a aquisição do satélite de monitoramento de fronteiras. Ao todo, a pasta da
Defesa poderá receber um aumento de 4% em relação a 2011, conforme o projeto de
lei orçamentária encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional. Entre as
medidas há a publicação de portaria que autoriza as Forças a se planejarem para
segurança da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, visando
garantir que a estrutura dos eventos permaneça menos suscetível a greves.
Também foi aprovada a criação da Itaguaí Construções Navais, um consórcio entre
a Marinha e duas companhias privadas visando à construção do submarino
brasileiro de propulsão nuclear. Outro projeto que teve avanço significativo
foi o do satélite de monitoramento de fronteiras que deve integrar o Sistema
Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), sendo escolhido um
consórcio da Empresa Brasileira de Aviação para a etapa que definirá a empresa
responsável pela tecnologia de tais equipamentos. Segundo o Correio, o governo só não tomou decisões
favoráveis aos militares em questões pontuais, como a compra dos caças para as
Força Aérea e a Comissão da Verdade. Em relação a primeira questão, a
presidenta estaria aguardando as eleições presidenciais de novembro, nos
Estados Unidos, que pode alterar o jogo diplomático, para tomar uma decisão.
Com as medidas tomadas, o jornal defendeu que a presidenta já superou certas
tensões com o setor que haviam se iniciado em 2011, com a troca de ministros da
Defesa e com o período que antecedeu a instalação da Comissão da Verdade, a
exemplo da publicação do documento “Alerta à Nação”, no qual militares da reserva
expressaram descontentamento sobre as investigações e declarações em torno do
regime militar. Em coluna de opinião do jornal Folha de S. Paulo, no dia 07/09/12,
Eliane Cantanhêde analisou a boa relação entre a presidenta da República Dilma
Rousseff e as Forças Armadas. De acordo com apurações realizadas por Cantanhêde
e pela repórter Natuza Nery, as manifestações de apreço entre a presidenta e as
Forças têm ocorrido de maneira implícita, na forma de declarações realizadas em
reuniões, como o elogio à atuação do Exército durante a Rio+20, e também
objetivamente, na provação de planos e programas para os militares, tais como:
a liberação de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) para a indústria bélica, os recursos para projetos novos e em
andamento, além do aumento de 30% em três anos nos salários dos militares. Este
aumento salarial, juntamente com tratamento diferenciado que a presidenta tem
dado aos militares, tem gerado descontentamento da Polícia Federal, que disputa
com o Exército a coordenação da segurança na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos
Olímpicos de 2016. (Correio Braziliense – 03/09/12; Folha de S. Paulo – Opinião – 07/09/12)
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