De acordo com o
jornal Correio Braziliense, o
consórcio Tepro, formado pelas empresas Savis Tecnologia e Sistemas S/A e OrbiSat
Indústria e Aerolevantamento S/A, companhias controladas pela divisão de Defesa
e Segurança da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), foi o único eleito
pelo Exército Brasileiro para o processo de seleção do Sistema Integrado de
Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). O desenlace da licitação criou um incômodo
na cúpula do Exército e entre as outras empresas do setor, as quais questionam
a dependência em relação a apenas um fornecedor de tecnologia, originário dos
Estados Unidos da América, visto a contradição em relação à denominada
estratégia nacional de defesa. O jornal O
Estado de S. Paulo apontou que a escolha da Embraer para a execução da
primeira fase do Sisfron, que colocará a cobertura dos radares na fronteira com
o Paraguai, e enviará os dados para o comando do Exército na capital federal,
Brasília, é “a aposta mais audaciosa já feita pelo Exército nesta direção”.
Apesar da empresa não ter apresentado um dos menores preços, sua pontuação
técnica foi o grande destaque, o que levou a Embraer a ganhar das empresas
concorrentes, a Synergy, a Odebrecht, a Queiroz Galvão e a OAS. Em nota ao
periódico, sobre a escolha, o Exército afirmou que “as exigências dos Índices
de Conteúdo Nacional estão coerentes com os princípios da Estratégia Nacional
de Defesa e da Lei 12.598/2012, que priorizam o fomento da indústria nacional
de defesa e a geração de emprego e renda no País”. Na avaliação do Estado, o emblema da nova política da
Embraer é o perfil da OrbiSat, fabricante de radares comprada pela empresa no
ano de 2011, que “desenvolveu radares para o Exército, capazes de ‘enxergar’
debaixo das copas de árvores da Amazônia” e agora fornece à Força onze radares
antiaéreos e seis comandos de operação de artilharia antiaérea. O presidente da
Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, afirmou que “não vamos apenas
produzir no Brasil, vamos desenvolver no Brasil” e "nosso diferencial
decisivo é o desenvolvimento de tecnologia nacional, além do preço".
Segundo o Estado, a visão de Aguiar
mostra que “as concorrentes europeias e americanas, premidas pelos cortes nos
gastos de seus governos mergulhados na crise econômica, buscam mercados como o
brasileiro com preços muito altos para tentar cobrir os altos investimentos que
fizeram. E encaram o Brasil apenas como mercado, não como plataforma de
exportação”. (Correio Braziliense – Brasília-DF – 15/09/12; O Estado de S.
Paulo – Economia – 16/09/12)
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