Conforme notícia
publicada pelo periódico O Estado de S.
Paulo, a questão da defesa para o Brasil está deixando de ser um gasto para
se tornar um investimento. Por conta do baixo nível de ameaças externas e de
inimigos por parte do país, os projetos dos militares passam a se direcionar
para o desenvolvimento da tecnologia e da indústria locais, o que aumenta a
exportação de armamentos, além de gerar mais empregos e divisas. A Estratégia
Nacional de Defesa (END), aprovada por decreto no ano de 2008, já previa o
fortalecimento da indústria nacional. Segundo o jornal, isso é reflexo da
política interna brasileira, que, influenciada por um pensamento
nacional-desenvolvimentista por parte da presidenta da República, Dilma
Rousseff, tem causado o crescimento da economia e projetado o Brasil como um
“jogador global”. Os programas estratégicos das Forças Armadas para os próximos
vinte anos estão cotados em R$124 bilhões em investimentos, com o objetivo de
formar um parque industrial bélico no país. Deste total, sete projetos do
Exército contabilizam R$ 57,03 bilhões, entre os quais estão: I) o Sistema de
Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que irá monitorar uma faixa de 150 km das fronteiras do
Brasil e instalará radares, satélites e aeronaves não tripuladas; II) o Defesa
Antiaérea, que irá adquirir mísseis, radares, centros de operação e coordenação
e seus meios de transporte; III) o Projeto Astros 2020, que desenvolverá um
foguete de alta precisão e um míssil com alcance de 300 km , lançados a partir de
uma nova plataforma, a MK6; IV) o Projeto Guarani, que desenvolveu um novo
blindado médio de rodas para substituir os atuais, com a aquisição de 2.044
unidades; V) a proteção de hidrelétricas e linhas de transmissão, refinarias de
petróleo, termoelétricas, instalações de gás natural, usinas nucleares, portos,
aeroportos, contando com patrulhamento aéreo e naval e presença terrestre; VI) a
recuperação de helicópteros, blindados e equipamento e a compra de embarcações,
viaturas, armamentos e munições; e, VII) o investimento no Centro de Defesa
Cibernética, a fim de proteger redes onlines contra ataques. A Força Aérea
Brasileira (FAB), por sua vez, planeja comprar 120 caças, na licitação em que
concorrem o modelo Rafale, fabricado pela empresa francesa Dassault; o F-18, da
estadunidense Boeing; e o Gripen, da sueca Saab-BAE. Além disso, a Empresa
Brasileira de Aeronáutica (Embraer) está desenvolvendo um novo cargueiro, o
KC-390, que substituirá o C-130 Hércules e concorrerá no mercado internacional.
De acordo com o Estado, as três
forças ainda receberão 16 helicópteros de transporte EC-725 Super Puma/Cougar,
da empresa Eurocopter. A Marinha trabalha para construir um reator nuclear de
geração de energia para a propulsão de submarinos, projeto que envolve o enriquecimento
de urânio, e também conta com o Programa de Desenvolvimento de Submarinos
(ProSub), que inclui um estaleiro para a construção de uma base naval, quatro
submarinos convencionais e um nuclear. Adicionalmente, a Marinha planeja a
construção de onze navios em território brasileiro - cinco fragatas, cinco
escoltas e um de apoio – projeto no qual seis países disputam o contrato: Alemanha,
Coreia do Sul, Espanha, França, Itália e Inglaterra. Na avaliação do Estado, os projetos das três Forças
foram gestados no final do século XX, porém ganharam força a partir da
tentativa de transferência e desenvolvimento local de tecnologia, com perspectiva
de exportação. (O Estado de S. Paulo – Economia – 16/09/12)
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