quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Jornal analisa inovação tecnológica nas Forças Armadas

Conforme notícia publicada pelo periódico O Estado de S. Paulo, a questão da defesa para o Brasil está deixando de ser um gasto para se tornar um investimento. Por conta do baixo nível de ameaças externas e de inimigos por parte do país, os projetos dos militares passam a se direcionar para o desenvolvimento da tecnologia e da indústria locais, o que aumenta a exportação de armamentos, além de gerar mais empregos e divisas. A Estratégia Nacional de Defesa (END), aprovada por decreto no ano de 2008, já previa o fortalecimento da indústria nacional. Segundo o jornal, isso é reflexo da política interna brasileira, que, influenciada por um pensamento nacional-desenvolvimentista por parte da presidenta da República, Dilma Rousseff, tem causado o crescimento da economia e projetado o Brasil como um “jogador global”. Os programas estratégicos das Forças Armadas para os próximos vinte anos estão cotados em R$124 bilhões em investimentos, com o objetivo de formar um parque industrial bélico no país. Deste total, sete projetos do Exército contabilizam R$ 57,03 bilhões, entre os quais estão: I) o Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que irá monitorar uma faixa de 150 km das fronteiras do Brasil e instalará radares, satélites e aeronaves não tripuladas; II) o Defesa Antiaérea, que irá adquirir mísseis, radares, centros de operação e coordenação e seus meios de transporte; III) o Projeto Astros 2020, que desenvolverá um foguete de alta precisão e um míssil com alcance de 300 km, lançados a partir de uma nova plataforma, a MK6; IV) o Projeto Guarani, que desenvolveu um novo blindado médio de rodas para substituir os atuais, com a aquisição de 2.044 unidades; V) a proteção de hidrelétricas e linhas de transmissão, refinarias de petróleo, termoelétricas, instalações de gás natural, usinas nucleares, portos, aeroportos, contando com patrulhamento aéreo e naval e presença terrestre; VI) a recuperação de helicópteros, blindados e equipamento e a compra de embarcações, viaturas, armamentos e munições; e, VII) o investimento no Centro de Defesa Cibernética, a fim de proteger redes onlines contra ataques. A Força Aérea Brasileira (FAB), por sua vez, planeja comprar 120 caças, na licitação em que concorrem o modelo Rafale, fabricado pela empresa francesa Dassault; o F-18, da estadunidense Boeing; e o Gripen, da sueca Saab-BAE. Além disso, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) está desenvolvendo um novo cargueiro, o KC-390, que substituirá o C-130 Hércules e concorrerá no mercado internacional. De acordo com o Estado, as três forças ainda receberão 16 helicópteros de transporte EC-725 Super Puma/Cougar, da empresa Eurocopter. A Marinha trabalha para construir um reator nuclear de geração de energia para a propulsão de submarinos, projeto que envolve o enriquecimento de urânio, e também conta com o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), que inclui um estaleiro para a construção de uma base naval, quatro submarinos convencionais e um nuclear. Adicionalmente, a Marinha planeja a construção de onze navios em território brasileiro - cinco fragatas, cinco escoltas e um de apoio – projeto no qual seis países disputam o contrato: Alemanha, Coreia do Sul, Espanha, França, Itália e Inglaterra. Na avaliação do Estado, os projetos das três Forças foram gestados no final do século XX, porém ganharam força a partir da tentativa de transferência e desenvolvimento local de tecnologia, com perspectiva de exportação. (O Estado de S. Paulo – Economia – 16/09/12)

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