Segundo
os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o então governador do
estado da Bahia e indicado para o cargo de ministro da Defesa, Jaques Wagner,
participou, no dia 29/12/14, da solenidade de entrega do relatório parcial da
Comissão Estadual da Verdade, na cidade de Salvador, no estado da Bahia.
Durante seu discurso, Wagner afirmou que a revisão histórica do regime militar
(1964-1985) deve ser conduzida em “movimentos suaves”, com “cuidado e
parcimônia”, e qualquer precipitação não contribui para o processo. De acordo
com Wagner, não é positivo responsabilizar as Forças Armadas, enquanto
instituição, pelas violações aos direitos humanos, pois “é preciso falar de
pessoas”. Além disso, defendeu que é “sonegador da verdade” não criticar
duramente “uma elite política, empresarial e jornalística que foi braço
consolidador da ditadura e que se escondia atrás de quem tinha fuzil [os
militares]”. Segundo a Folha, em relação à revisão da Lei da Anistia (1979),
Wagner declarou que essa questão não está no âmbito do Ministério da Defesa.
Wagner afirmou que continuará o trabalho do seu antecessor na pasta, Celso
Amorim, e priorizará as áreas de cibernética, aeroespacial e nuclear. Conforme
publicado nos periódicos Correio Braziliense, Folha e O Estado no dia 03/01/15,
Wagner, empossado como ministro da Defesa no dia 02/01/15, declarou que é
necessário uma “conciliação nacional” em relação aos acontecimentos ocorridos
durante o regime militar e que seu “patrimônio político emprestado ao comando
do Ministério da Defesa com certeza é para cada vez mais cicatrizar as feridas
que ainda permanecem e têm que ser cicatrizadas". Segundo o ministro, a
conjuntura internacional de 1964 não mais existe e nenhum militar acredita que
uma “ruptura da democracia possa ajudar ao desenvolvimento do país”. Wagner
declarou que “99,9%” de sua preocupação à frente da pasta será “fazer futuro” e
que usará todo seu “peso político” em apoio a projetos essenciais das Forças
Armadas, de modo a torná-las “capacitadas e modernas”. Segundo a Folha e O
Estado, Wagner afirmou que o orçamento do ministério da Defesa será apertado em
2015. Ademais, o ministro enfatizou, principalmente aos comandantes militares
presentes, que sua indicação para o cargo “não foi uma convocação. Foi uma
opção, um pedido pessoal, que foi acolhido pela presidente Dilma Rousseff e que
muita gente continua não entendendo”. (Correio Braziliense – Política –
03/01/15; Folha de S. Paulo – Poder – 30/12/14; Folha de S. Paulo – Poder –
03/01/15; O Estado de S. Paulo – Política – 30/12/14; O Estado de S. Paulo –
Política – 03/01/15)
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