Bruce
Scheidl Campos
Cristal
de Moraes Siqueira
Giulia
Botossi Gomes
Resumo:
Este
trabalho sintetiza as principais informações publicadas por periódicos
brasileiros de ampla circulação a respeito da Comissão Nacional da Verdade.
Tomando como base o Informe Brasil, produzido pelo Observatório Sul-Americano
de Defesa e Forças Armadas, foram destacados três dos principais temas
investigados pela comissão. O objetivo deste trabalho é expor a forma como as
investigações da comissão sobre o tema “mortos e desaparecidos políticos” foram
abordadas pela imprensa brasileira.
Palavras-chave:
Comissão Nacional da Verdade; Regime Militar brasileiro; Forças Armadas.
Resumen:
Este
trabajo resume las principales informaciones publicadas por los diarios
brasileños de gran circulación acerca de la Comisión Nacional de Verdad. Con
base en el Informe Brasil, producido por el Observatorio Sudamericano de
Defensa y Fuerzas Armadas, se señalaron tres temas principales investigados por
la comisión. El objetivo es exponer cómo las investigaciones de la comisión
sobre "los muertos y desaparecidos" fueron planteadas por la prensa
brasileña.
Palabras
clave: Comisión Nacional de Verdad, Régimen Militar brasileño, Fuerzas Armadas.
Introdução
O
presente trabalho tem por objetivo expor as principais informações veiculadas
em jornais brasileiros acerca da Comissão Nacional da Verdade (CNV), utilizando
como base o Informe Brasil, produzido pelo Observatório Sul-Americano de Defesa
e Forças Armadas .
Primeiramente,
apresentaremos o Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas e a
metodologia utilizada na produção do Informe Brasil, a fim de esclarecer a
principal fonte de pesquisa consultada para este trabalho. Em seguida,
introduziremos a CNV como base para a compreensão dos principais temas
veiculados, dentre os quais destacamos: a Guerrilha do Araguaia, a Operação
Condor e as investigações sobre a morte do ex-presidente da República João
Goulart.
O
Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas
O
Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas é um projeto conjunto de
grupos acadêmicos do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai
e Venezuela que se dedicam ao estudo da temática de Defesa e Forças Armadas.
Informes semanais são produzidos a partir da seleção e resumo de notícias
acerca dos temas de interesse em jornais de ampla circulação em cada um dos
países. Estes informes são distribuídos eletronicamente para mais de 3000
assinantes – dentre eles faculdades, professores, pesquisadores, estudantes,
instituições governamentais e políticos – e constituem uma rica fonte de
pesquisa para trabalhos acadêmicos ao redor do mundo.
No
Brasil, o Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, é um trabalho
desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (GEDES),
liderado pelo Prof. Dr. Héctor Luis Saint-Pierre. O Observatório iniciou suas
atividades em 2001 e desde então é responsável pela distribuição eletrônica de
todos os informes e pela produção do Informe Brasil. A metodologia utilizada
consiste na formação de uma escala semanal, na qual um membro é responsável
pela coleta e resumo de notícias pertinentes ao tema a cada dia da semana. A
coleta de notícias é feita utilizando como fonte os periódicos Correio
Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. As notícias,
posteriormente, são agrupadas em resumos divididos por temas, uma vez que
certos assuntos são recorrentes em diversos jornais ao longo da semana. É
importante ressaltar que, em cada resumo, preza-se pela imparcialidade na
transmissão dos fatos e das colunas de opinião, o que garante a linguagem
acadêmica, livre de preferências políticas. Ao final de sete dias, é realizada
uma reunião entre os membros para a discussão das notícias e correção parcial
do informe, que passa ainda por uma correção final realizada por supervisoras –
mestrandas e doutorandas – com experiência no tema.
A
Comissão Nacional da Verdade (CNV)
A
CNV foi instituída no Brasil em 2012, no governo da presidenta da República
Dilma Rousseff, com o objetivo de apurar violações aos Direitos Humanos
ocorridas no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988,
incluindo o regime militar (1964-1985). Inicialmente, o mandato da CNV previa
que os trabalhos da Comissão fossem encerrados dois anos após sua instalação,
no entanto, em dezembro de 2013, seu mandato foi prorrogado até 16 de dezembro
de 2014 . A CNV é composta por sete integrantes, indicados por Rousseff, e os
trabalhos foram divididos em subcomissões, a saber: Pesquisa (subdividida entre
diversos grupos de trabalho), Relações com a Sociedade e Comunicação. Tendo a
CNV como modelo, foram criadas outras comissões da verdade em diversos âmbitos
da sociedade brasileira. O processo de investigação se baseia em depoimentos,
tomados diversas vezes em audiências públicas, e documentos, muitos dos quais
são classificados como sigilosos. Tendo em vista o caráter de esclarecimento
dos colegiados, os resultados das apurações são divulgados através de
relatórios públicos. Ademais, as comissões não possuem caráter punitivo aos
agentes do regime acusados de crimes como sequestro, tortura e homicídio, o que
gera questionamentos em relação à sua finalidade e efetividade.
Dentre
os principais temas investigados destacamos o de mortos e desaparecidos
políticos. Neste sentido, exporemos a seguir as principais informações veiculadas
a respeito da Guerrilha do Araguaia, da participação brasileira na Operação
Condor e das investigações sobre a morte do ex-presidente da República João
Goulart.
1.
Guerrilha do Araguaia
De acordo com o jornal O Estado de S.
Paulo, a CNV iniciou seus trabalhos investigando os casos de desaparecimentos
políticos. Um dos fatores que incentivou a Comissão a seguir tal rumo foi a
pressão por parte de cortes internacionais para a abordagem de crimes
continuados, como o desaparecimento forçado e ocultação de cadáveres – tais
como ocorreram no caso dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia (1972-1975).
Neste caso, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização
dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil por não existirem informações
sobre os mortos e desaparecidos e segue pressionando o país para que sejam
realizados investigações e esclarecimentos .
O
diretor da Associação Torturados da Guerrilha do Araguaia, Sezotrys Costa,
afirmou que a CNV deve focar seus trabalhos na Operação Limpeza, na qual foram
tomadas medidas, por parte de militares, a fim de ocultar as marcas deixadas na
região pela guerrilha, como a retirada dos restos mortais dos guerrilheiros
mortos na região. Costa declarou que existem documentos nos arquivos públicos
dos estados de Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins que podem contribuir para que
se descubra o paradeiro dos corpos desaparecidos, sendo esse o principal
objetivo do grupo em relação ao assunto .
No dia 02/07/12, o Grupo de Trabalho
Araguaia, coordenado pelos ministérios da Defesa e da Justiça e pela Secretaria
de Direitos Humanos, se reuniu com os membros da CNV e convidou a comissão para
participar das expedições realizadas na região. Na reunião foi criada uma
subcomissão de Comunicação Externa, a qual deve divulgar a produção do grupo e
melhor armazenar os documentos existentes, para que esses sejam acessíveis à
sociedade e por pesquisadores da CNV .
Após questionamento da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à Organização dos Estados
Americanos (OEA), ao governo brasileiro quanto ao cumprimento da solicitação de
busca e apresentação dos restos mortais de integrantes da Guerrilha do
Araguaia, foi noticiado pelo Estado que a CNV irá acompanhar as investigações
do Grupo de Trabalho Araguaia . A integrante da comissão Rosa Cardoso afirmou
que os familiares de desaparecidos serão ouvidos, pois podem dispor de
informações úteis para que as investigações não dependam apenas de documentos
oficiais.
O ex-procurador da República e membro da
CNV, Cláudio Fonteles, declarou que os documentos encontrados permitem afirmar
que o Exército utilizou em pelo menos três situações bombas napalm em ataques
contra a Guerrilha. Em um dos documentos que permite tal afirmação, o Relatório
de Apoio Aéreo, de 1972, o uso de tais bombas na região é confirmado pelo
tenente-coronel Flarys Guedes Henriques de Araújo. Informes produzidos pelo
Exército durante o regime militar afirmam que no caso de prisões de políticos,
“pessoas de relevo” e jornalistas, o presidente da República deveria ser
consultado, o que, segundo Fonteles, revela a centralização absoluta do regime
militar, embora não se possa confirmar que tais medidas eram seguidas a risca .
A CNV, durante balanço de um ano de
trabalho, realizado em 2013, afirmou que a Marinha mentiu aos órgãos oficias do
Brasil quando questionada, em 1993, pelo então presidente da República, Itamar
Franco, a respeito dos militares da Guerrilha do Araguaia. O Estado afirmou que
o Centro de Informações da Marinha (Cenimar) declarou que os guerrilheiros
desaparecidos no Araguaia estariam foragidos. Entretanto, um estudo realizado
pela equipe da pesquisadora Heloísa Starling, assessora da CNV, apontou que as
informações fornecidas pela Marinha nesse momento não correspondem com o
prontuário de pessoas mortas, produzido pelo Cenimar em 1972. Em resposta à
acusação, a Marinha informou que todos os documentos existentes nos arquivos da
instituição que foram solicitados pelo Ministério da Justiça foram encaminhados
e continuará contribuindo quando solicitada, inclusive com a CNV .
No dia 07/04/14, a CNV apresentou um
mapeamento dos centros clandestinos usados pelas Forças Armadas durante o regime
militar. A CNV apontou 17 centros clandestinos, que, de acordo com a comissão,
eram conhecidos pelos comandantes das Forças Armadas e, de acordo com Starling,
eram parte da estrutura de Inteligência e repressão do regime militar
(1964-1985). Dentre esses centros se encontrava a Casa Azul, no estado do Pará,
onde, segundo o jornal Folha de S. Paulo, pelo menos 24 guerrilheiros que
participaram da Guerrilha do Araguaia foram executados .
De acordo com depoimentos concedidos à
CNV, após o insucesso das primeiras operações das Forças Armadas contra a
Guerrilha do Araguaia, foi adotada uma política de “eliminação” e
“neutralização” dos militantes. O Estado afirmou que essa foi a primeira vez
que oficiais da reserva do Exército, que no período do regime militar detinham
poder de comando, falaram sobre o caso à CNV. O ex-tenente-coronel e atual
coronel da reserva Idyno Sardenberg Filho afirmou que os combates decisivos
ocorreram no estado do Pará, em uma unidade improvisada pelo Centro de
Informações do Exército e na qual eram mantidos sob custódia os guerrilheiros
que foram fuzilados em 1973. O coronel afirmou ter recebido dinheiro do general
Milton Tavares para realizar o trabalho de inteligência, que foi a base da
parte final de eliminação da guerrilha. O general da reserva Álvaro Augusto
Pinheiro afirmou que a vitória do Exército sobre a Guerrilha impediu que
militares estadunidenses das forças especiais, os chamados boinas verdes,
fossem enviados ao Brasil no período .
2.
Operação Condor
Outro
tema de grande destaque analisado pela CNV refere-se à Operação Condor, uma
aliança política-militar entre os regimes militares do Brasil, Argentina,
Chile, Bolívia, Paraguaia e Uruguai. De acordo com a Folha, no dia 12/06/14 a
presidenta da República, Dilma Rousseff, recebeu a presidenta do Chile,
Michelle Bachelet, para a assinatura de um acordo referente a um intercâmbio de
dados relativos a seus respectivos regimes militares, o que, segundo o
Itamaraty, poderia auxiliar nas investigações da CNV referentes à Operação
Condor .
Recentemente,
a CNV declarou ter encontrado no Arquivo Nacional de Brasília documentos que
reforçam uma ideia já existente de que o apoio entre os regimes militares da
América do Sul é anterior à Operação Condor, iniciada em 1975. Os documentos
referem-se ao desaparecimento de um militante francês, um argentino e um
brasileiro na cidade do Rio de Janeiro em 1973. O Estado afirmou que tais
desaparecimentos possuíram relação direta com a prisão de dois militantes na
cidade de Buenos Aires, na Argentina .
Seguindo
a busca por documentos referentes ao período, os periódicos Folha e O Estado
afirmaram que a CNV iria analisar documentos que estão em posse do Ministério
das Relações Exteriores da Argentina com objetivo de encontrar informações
referentes a 11 brasileiros desaparecidos durante o regime militar argentino e
seis argentinos desaparecidos no Brasil no mesmo período. Segundo O Estado, a
comissão pretende também encontrar informações referentes à participação brasileira
na Operação Condor. O coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro, visitou a
Argentina para se encontrar com representantes de organizações locais de defesa
dos direitos humanos que investigam os desaparecimentos que ocorreram no
período . Outros países envolvidos na Operação Condor também serão visitados
por membros da CNV.
As
buscas por dados por parte da comissão não se restringem a documentos nacionais
e de países da América do Sul. De acordo com O Estado, a CNV informou que irá
investigar documentos de governos estrangeiros e organizações internacionais
referentes ao regime militar brasileiro com objetivo principal de esclarecer
ações da Operação Condor. As comissões da verdade de países da América do Sul,
como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, serão consultadas, bem como
registros da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OEA. Informações obtidas
de documentos guardados pela ONU permitem afirmar que o governo brasileiro
expulsou do país refugiados argentinos, uruguaios e chilenos durante um período
do regime militar no país. Durante o regime militar, o Brasil negou asilo a
diversas famílias ameaçadas em seus países de origem e “devolveu” a seus países
militantes perseguidos. Os documentos permitiram apontar que, em 1979,
refugiados argentinos relataram à ONU que foram perseguidos no Brasil ao tentar
pedir asilo .
Além
da busca por dados que comprovem que a morte e desaparecimento de diversos
militantes dos regimes militares podem ter sido facilitados pela Operação
Condor, a CNV também analisa se a morte de dois ex-presidentes do Brasil, João
Goulart e Juscelino Kubitschek, estariam relacionadas com a operação. As
investigações a respeito da morte de Goulart serão abordadas no próximo tópico.
No que se refere à morte de Kubitschek, a CNV afirmou que iria entregar até o
final do mês de julho de 2013 um relatório com o resultado das investigações
referentes à morte o ex-presidente e de seu motorista, Geraldo Ribeiro. A
Organização dos Advogados do Brasil de Minas Gerais foi responsável por
solicitar as investigações à comissão e afirmou que após realizar estudos sobre
o Inquérito Policial e o laudo da exumação do corpo do motorista, concluiu que
o suposto acidente, no qual ambos teriam morrido, foi na verdade um atentado
praticado pelo regime militar como parte da Operação Condor. Caso as apurações
da CNV confirmem que o acidente foi na verdade provocado, essa pode requerer a
reabertura do processo ao Ministério Público .
3.
Investigações sobre a morte do ex-presidente da República João Goulart
Como
mencionado anteriormente, a CNV, com apoio do Ministério Público Federal,
aprovou a exumação dos restos mortais do ex-presidente da República, João
Goulart, a pedido da família, como forma de esclarecer as dúvidas a respeito de
sua morte e de uma possível morte por envenenamento arquitetada por membros da
Operação Condor. Goulart morreu em 1976 durante exílio na Argentina, em 2008 um
agente da repressão do Uruguai, Mário Barreto, afirmou que Goulart teria na
verdade sido morto por envenenamento. Mesmo antes de sua declaração a família
do ex-presidente já pedia pela exumação devido à desconfiança de que ele teria
sido envenenado através dos medicamentos que tomava devido a um problema no
coração. De acordo com a versão oficial, o ex-presidente morreu em função de um
ataque cardíaco, porém na época não foi realizada autopsia do corpo para
confirmar o motivo .
A
integrante da CNV e professora da Universidade Federal Fluminense, Rosa
Cardoso, afirmou que devido ao grau de decomposição da massa óssea, a
tecnologia atual pode não ser suficiente para chegar a resultados conclusivos
após a perícia dos restos mortais. O jornal Correio Braziliense afirmou que a
CNV formaria uma força-tarefa com integrantes da comissão, da Polícia Federal,
da Secretária de Direitos Humanos, da Comissão Estadual da Verdade do Rio de
Janeiro, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público Federal do
Rio Grande do Sul para acompanhar os procedimentos de pesquisa. Em conjunto com
a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, Cardoso definiu a iniciativa
de montar uma equipe de peritos internacionais como importante para conferir
autenticidade e imparcialidade aos trabalhos . A CNV pediu também acesso a
documentos dos Estados Unidos da América, que poderiam auxiliar na investigação
sobre a morte do ex-presidente, pois, segundo Cardoso, “a exumação tem que ser
feita, é uma prova necessária. Mas vamos prosseguir na investigação de caráter
histórico”.
No
dia 21/08/13, representantes da Secretaria de Direitos Humanos, da CNV e da
Polícia Federal realizaram averiguação no local onde se encontram os restos
mortais de Goulart, na cidade de São Borja, no estado do Rio Grande do Sul, com
objetivo de verificar as condições necessárias para os estudos de logística
referentes à remoção e transporte do caixão rumo à cidade de Brasília-DF. No
dia 13/11/13 os restos mortais de Goulart foram exumados e posteriormente
levados à capital federal em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Em
Brasília, os restos passaram por exames antropológicos e de DNA. Segundo a CNV,
laboratórios estrangeiros localizados em Portugal e na Espanha realizarão
exames toxicológicos para averiguar se houve envenenamento . Apesar da
dificuldade de se analisar os restos mortais devido a sua decomposição, o fato
de o caixão estar lacrado desde quando foi enterrado permite a análise dos
gases presentes em seu interior, possibilitando analisar se houve envenenamento
.
Referente
a um período anterior ao regime militar, O Estado afirmou que o coronel-aviador
da reserva da Aeronáutica, Roberto Baere, revelou a CNV detalhes da chamada
Operação Mosquito, a qual foi elaborada em 1961 por oficiais da FAB com
objetivo de matar Goulart, então vice-presidente da República, com intenção de
impedir que ele assumisse a presidência após a renúncia de Jânio Quadros. Baere
declarou ter recebido ordens para preparar os caças que seriam usados para
atingir a aeronave na qual Goulart retornava de viagem da China. O
coronel-aviador afirmou que recusou a cumprir tal missão e que o plano foi
abandonado posteriormente. Entretanto, Baere afirmou ter sido punido durante o
regime militar por se recusar a cumprir tais ordens e ter sido expulso das
Forças Armadas .
No
dia 04/05/12, os membros da CNV se reuniram, na Associação Brasileira de
Imprensa, com militares que afirmaram terem sido vítimas de perseguição por
apoiar a posse de João Goulart como presidente da República, após a renúncia de
Jânio Quadros. Tais militares também afirmaram ser contrários à tomada de poder
de 1964 e eram chamados de “legalistas”. Dados da CNV estimaram que 7488
militares foram perseguidos durante do regime militar .
Conclusão
No
presente trabalho procuramos demonstrar a capacidade do Observatório de Defesa
e Forças Armadas como fonte de dados para pesquisa. Neste sentido, ressaltamos
o caráter expositivo do trabalho apresentado, o qual serve como base para
futuras análises críticas. Buscamos demonstrar que tanto temas importantes no
cenário nacional quanto no âmbito da América do Sul são apresentados de maneira
neutra, pois buscamos retirar dos jornais apenas os fatos e manter claras
opiniões, quando estas são expostas.
A
explanação de temas recorrentes nos Informes Brasil demonstra que questões
atuais podem ser analisadas a partir de tais resumos, como é o caso da CNV,
pois a veiculação de suas ações se encontra presente em nossos informes
semanais desde seu início, em 2012. O Informe Brasil constitui, portanto, uma
rica fonte de textos pelos quais se pode analisar a evolução desse órgão. Tais
informes fornecem um material de apoio tanto para aqueles que buscam estudar o
tema em seu aspecto mais amplo quanto em cada uma de suas vertentes ou espaço
temporal.
Periódicos:
Correio
Braziliense
Folha
de S. Paulo
O
Estado de S. Paulo
Brasil.
Lei n. 12.528, de 18 de novembro de 2011. Cria a Comissão Nacional da Verdade
no âmbito da Casa Civil da Presidência da República.
Disponível
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12528.htm>
Brasil.
Medida Provisória n.632, de 24 de Dezembro de 2013.
Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Mpv/mpv632.htm
[1] Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redator do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas. Bolsista PIBITI (CNPq).
[2] Graduanda em
Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho (UNESP). Redatora do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças
Armadas.
[3] Graduanda em
Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho (UNESP). Redatora do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças
Armadas. Bolsista PIBIC (CNPq).
[4] Os dados
apresentados neste trabalho referem-se a notícias retiradas dos três periódicos
utilizados entre os anos de 2012 e 2014 e buscam apresentar, de maneira
resumida, a forma como tais notícias são elaboradas em nossos informes. Os
informes encontram-se disponíveis para serem acessados no site do GEDES:
<http://www.gedes.org.br/produtos.php>.
[6] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão da Verdade iniciará
investigações com casos de desaparecidos políticos. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/05/comissao-da-verdade-iniciara.html
[7] Idem. Camponeses
da região do Araguaia aguardam pelos trabalhos da Comissão da Verdade para
esclarecimento de fatos e localização de corpos. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/06/camponeses-da-regiao-do-araguaia.html
[8] Idem. Os
documentos do regime militar V: Comissão da Verdade e documentos sobre o
Araguaia. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/07/os-documentos-do-regime-militar-v.html
[9] Idem. Comitê
Interamericano de Direitos Humanos cobra governo brasileiro sobre desaparecidos
no Araguaia. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/08/comite-interamericano-de-direitos.html
[10] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade V:
novas informações sobre o regime militar. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/comissao-nacional-da-verdade-v-novas.html
[11] Idem. Comissão
Nacional da Verdade II: balanço de um ano de trabalho traz novas revelações. Disponível
em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/06/comissao-nacional-da-verdade-ii-balanco.html
[12] Idem. Comissão
Nacional de Verdade mapeia centros clandestinos utilizados durante o regime
militar. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/04/comissao-nacional-de-verdade-mapeia.html
[13] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Política de “neutralização” foi
adotada contra a Guerrilha do Araguaia. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/05/politica-de-neutralizacao-foi-adotada.html
regimes militares. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/06/brasil-e-chile-assinaram-acordo-para.html
[15] Idem. Documentos
revelam cooperação entre serviços inteligência de países do Cone Sul antes da
Operação Condor. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/10/documentos-revelam-cooperacao-entre.html
[16] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade
busca, na Argentina, informações sobre brasileiros desaparecidos. Disponível
em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/comissao-nacional-da-verdade-busca-na.html
Condor. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/11/comissao-da-verdade-pesquisara.html
[18] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade VI:
Apurações sobre a morte de Juscelino Kubitschek e seu motorista devem ser
entregues até o final deste semestre. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/02/comissao-nacional-da-verdade-vi.html
[19] Idem. Começa
a preparação para a exumação do corpo do ex-presidente da República João
Goulart. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/08/comeca-preparacao-para-exumacao-do.html
[20] Idem. Corpo
de ex-presidente João Goulart será exumado. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/corpo-de-ex-presidente-joao-goulart.html
[21] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Autópsia de João Goulart será
realizada por universidades estrangeiras. Disponível em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/04/autopsia-de-joao-goulart-sera-realizada.html
[22] Idem. Restos
mortais do ex-presidente João Goulart foram exumados no dia 13/11/13. Disponível
em:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/11/restos-mortais-do-ex-presidente-joao.html
[23] Idem. Militar
da reserva revela detalhes de conspiração contra João Goulart. Disponível
em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/militar-da-reserva-revela-detalhes-de.html
[24] OBSERVATÓRIO
BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade VI:
colegiado se encontra com os legalistas em audiência pública. Disponível
em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/comissao-nacional-da-verdade-vi.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário