Segundo os jornais
Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o Ministério Público Federal
denunciou à Justiça sete ex-agentes e ex-funcionários do Destacamento de
Operações de Informações do Exército (DOI) pelo assassinato do metalúrgico
Manoel Fiel Filho em 1976. Na época, Fiel Filho era vinculado ao Partido
Comunista Brasileiro (PCB) e foi detido e torturado nas dependências da polícia
política do regime militar (1964-1985), meses após o jornalista Vladimir Herzog
ter sido assassinado no mesmo local. Um dia após o crime, órgãos de segurança
emitiram uma nota oficial afirmando que Fiel Filho havia se enforcado em sua
cela usando as próprias meias. O procurador da República e autor da denúncia,
Andrey Borges de Mendonça, solicitou que o militar reformado Audir Santos
Maciel, à época chefe do DOI, o tenente Tamotu Nakao e o delegado Edevarde
José, que teriam comandado as sessões de tortura, sejam condenados por
homicídio triplamente qualificado – com motivo torpe, utilização de tortura e impossibilidade
de defesa. A mesma pena foi solicitada para os carcereiros Alfredo Umeda e
Antonio José Nocete, que teriam conduzido Fiel Filho entre a cela e a sala de
interrogatório. Por fim, os médicos legistas Ernesto Eleutério e José Antônio
de Mello, que teriam elaborado laudos forjados, foram denunciados por falsidade
ideológica. De acordo com o procurador, todos os citados foram chamados pelas
Comissões da Verdade Nacional e Paulista para se pronunciarem. “Em geral eles
têm uma postura de negação”, afirmou Mendonça. O Ministério Público Federal
pediu ainda que, em caso de condenação, os envolvidos percam seus cargos
públicos, com o cancelamento de eventual aposentadoria ou qualquer provento de
reforma remunerada de que disponham. Segundo O Estado, a denúncia foi
encaminhada à 1ª Vara Criminal de São Paulo, que deverá decidir se instaurará o
processo. (Folha de S. Paulo – Poder – 25/06/15; O Estado de S. Paulo –
Política – 25/06/15)
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