Em coluna opinativa
para o periódico O Estado de S. Paulo, o general do Exército e ex-chefe do
Estado-Maior, Rômulo Bini Pereira, avaliou a criação da Escola Sul-Americana de
Defesa (Esude), órgão integrante da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). De
acordo com o general, a Esude, tem o objetivo de ser um centro de estudos para
a “elaboração de políticas de defesa e, também, a capacitação de civis e
militares nos assuntos de defesa e segurança regionais”. Segundo Pereira, no
entanto, o objetivo da Esude não se concretizará devido a diferenças entre as
nações ibero-americanas, provenientes de suas formações territoriais e
identidades, além do receio que alguns países têm de um “imperialismo
brasileiro”. De acordo com o general, informações provenientes de assessores do
Ministério da Defesa alertaram para a redução da frequência de militares
brasileiros enviados a cursos nos Estados Unidos, o que representa “uma medida
incompreensível e preconceituosa” para o general, que observa uma busca por uma
aproximação com a “ideologia bolivariana” para compor a doutrina da Esude.
Outra crítica de Pereira ao órgão foi em relação à formulação de uma
estratégica comum, pois isso “repercutirá nas doutrinas das Forças Armadas
sul-americanas e em sua soberania”. O general afirmou ainda que as Forças
Armadas brasileiras têm um poder de dissuasão e um orçamento limitados, o que
afeta “a sua missão constitucional de defesa territorial e salvaguarda da
soberania nacional”. O motivo desse impasse, de acordo com Pereira, encontra-se
no fato de o Ministério da Defesa preocupar-se mais com a criação da Esude,
ação que considera complexa e ineficiente, do que com a solução dos problemas
citados anteriormente. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 08/07/15)
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