quarta-feira, 15 de julho de 2015

General do Exército avaliou a criação da Escola Sul-Americana de Defesa

Em coluna opinativa para o periódico O Estado de S. Paulo, o general do Exército e ex-chefe do Estado-Maior, Rômulo Bini Pereira, avaliou a criação da Escola Sul-Americana de Defesa (Esude), órgão integrante da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). De acordo com o general, a Esude, tem o objetivo de ser um centro de estudos para a “elaboração de políticas de defesa e, também, a capacitação de civis e militares nos assuntos de defesa e segurança regionais”. Segundo Pereira, no entanto, o objetivo da Esude não se concretizará devido a diferenças entre as nações ibero-americanas, provenientes de suas formações territoriais e identidades, além do receio que alguns países têm de um “imperialismo brasileiro”. De acordo com o general, informações provenientes de assessores do Ministério da Defesa alertaram para a redução da frequência de militares brasileiros enviados a cursos nos Estados Unidos, o que representa “uma medida incompreensível e preconceituosa” para o general, que observa uma busca por uma aproximação com a “ideologia bolivariana” para compor a doutrina da Esude. Outra crítica de Pereira ao órgão foi em relação à formulação de uma estratégica comum, pois isso “repercutirá nas doutrinas das Forças Armadas sul-americanas e em sua soberania”. O general afirmou ainda que as Forças Armadas brasileiras têm um poder de dissuasão e um orçamento limitados, o que afeta “a sua missão constitucional de defesa territorial e salvaguarda da soberania nacional”. O motivo desse impasse, de acordo com Pereira, encontra-se no fato de o Ministério da Defesa preocupar-se mais com a criação da Esude, ação que considera complexa e ineficiente, do que com a solução dos problemas citados anteriormente. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 08/07/15)

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