De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o
ex-governador do estado de São Paulo, José Serra, lançou sua autobiografia,
“Cinquenta Anos Esta Noite”, referente ao período do regime militar
(1964-1985). Ao relatar episódios ocorridos entre 1963 e 1977, Serra recordou
que, enquanto presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), convocou a
população brasileira a formar uma resistência à tomada de poder pelos militares
em 1964, quando estava escondido na Baixada Fluminense, na cidade do Rio de
Janeiro. Segundo a Folha, o relato é significativo, pois foi “quase um milagre”
que Serra tenha sobrevivido, visto que ocupava um papel de destaque na luta
contra o regime militar, como presidente da UNE, quando essa possuía um grande
peso político. A Folha afirmou que a obra pode ser vista também como uma
importante contribuição na medida em que conta com interpretações referentes
aos eventos que marcaram o início do regime militar no Brasil. Entretanto, de
acordo com o periódico, a autobiografia peca ao apresentar seu autor como possuidor
de “uma infalível capacidade de antevisão”, na medida em que Serra afirmou que
em 1963 já não acreditava no dispositivo militar do então presidente João
Goulart, o qual se mostrou inexistente em 1964 e que não era crente na
possibilidade de uma saída negociada para a situação. Ainda segundo o jornal, a
obra abrange o exílio de Serra no Chile e, posteriormente, nos Estados Unidos.
(Folha de S. Paulo – Poder – 21/06/14; Folha de S. Paulo – Poder – 24/06/14)
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