sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ministério da Defesa IV: Os ganhos e desafios do Ministério da Defesa

Segundo o jornal Correio Braziliense, em coluna opinativa, Antônio Ruy de Almeida Silva, relatou os ganhos do Ministério da Defesa nos últimos 8 anos. De acordo com Almeida Silva o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim deixou legado positivo em sua passagem pela pasta, como por exemplo a Estratégia Nacional de Defesa (END), que estabeleceu ações de médio e longo prazo para modernização das estruturas de defesa, assim como ao fortalecimento da indústria nacional correspondente, associando a defesa ao desenvolvimento dos setores cibernético, espacial e nuclear. Na área das relações internacionais Jobim foi responsável pela diplomacia de defesa, o que favoreceu assinatura de acordos de cooperação internacional, entre os quais a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano. Almeida opinou que agora o Ministério volta a ser gerido por um diplomata, que tem a seu favor o conhecimento do ambiente internacional e o apoio da presidente Dilma Rousseff e afirmou que Amorim foi o responsável por dar maior alcance ao Brasil no cenário político internacional, independentemente das críticas a seu respeito. O colunista afirmou também que Amorim dificilmente terá problemas para dialogar com outros Estados e que, com sua experiência, espera-se o estabelecimento da sintonia entre as políticas externa e de defesa. Almeida ressaltou que, apesar disso, o novo ministro pode ter dificuldade em lidar com a falta de prioridade que a Defesa tem tido por parte do Executivo e do Legislativo nos últimos anos e que será necessário expandir e aprofundar o processo de modernização iniciado por seu antecessor para que o tema alcance visibilidade nacional. De acordo com a Folha de S. Paulo, apesar de terem existido divergências entre o Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores, quando este último estava sob a coordenação de Celso Amorim, os desacordos já foram superados. Todavia, eles poderiam evidenciar a diferença entre o alinhamento adotado pela Defesa, apresentando uma postura mais rígida, e o adotado pela diplomacia, cuja postura apresenta-se mais flexível. Segundo o Correio Braziliense, na visão do capitão reformado da Marinha e professor de estratégia e planejamento da Escola Superior de Guerra (ESG), Adalberto de Souza Filho, o diálogo existente entre a Política Externa e a Defesa é exatamente o que favorece a atuação de Amorim. Conforme noticiou O Estado de S. Paulo, o ministro afirmou em palestra na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) que será mais cauteloso com as palavras, para que não seja mal interpretado, e declarou que respeitará os projetos e estratégias concernentes às matérias de Defesa e Segurança já existentes, como é o caso da Estratégia Nacional de Defesa. Amorim ainda terá de enfrentar algumas pendências, como o reaparelhamento e requalificação das Forças Armadas, o aumento da receita destinada ao Ministério da Defesa e a condução no âmbito militar do debate sobre a Comissão da Verdade. No que tange à primeira questão, o tema mais delicado seria o processo F-X2, referente à compra dos caças de alta tecnologia. No que concerne à Comissão da Verdade, a qual investigará os crimes cometidos durante o regime militar (1964-1985), os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo noticiaram que Amorim irá lutar pela aprovação no Congresso do documento original, sem novas alterações. Militares ainda apontaram que Amorim enfrentará além da luta para aprovação do projeto, obstáculos como a nomeação dos membros da Comissão, a provisão de dados sobre o período, e o esclarecimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara sobre as afirmações de Nelson Jobim que afirmara que há mais documentos concernentes ao regime militar. As Forças Armadas temeriam, ainda, que Amorim retomasse relações bilaterais com Irã no âmbito nuclear, uma vez que o programa brasileiro, diferentemente do iraniano, é eficiente, bem sucedido e com baixo custo, além de que a posição considerada esquerdista poderia dificultar as relações com os Estados Unidos. Apesar dos desafios a serem enfrentados, de acordo com o Estado, Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores, afirmou que Amorim fortalecerá o perfil internacional que o Brasil vem consolidando. (Correio Braziliense - Opinião - 06/08/11; Correio Braziliense – Política – 08/08/11; Correio Braziliense – Opinião – 12/08/11; Folha de S. Paulo - Poder- 06/08/2011; Folha de S. Paulo – Poder – 08/08/11; O Estado de S. Paulo- Nacional- 06/08/11)

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