sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ministério da Defesa I: Periódicos discorrem sobre a demissão de Nelson Jobim

De acordo com editorial do periódico Correio Braziliense, a demissão de Nelson Jobim do Ministério da Defesa teria sido motivada por algumas de suas declarações públicas. O jornal apontou cinco pronunciamentos considerados “ambíguos e inconvenientes”. O primeiro, em 30/06/11, na homenagem aos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995-2002), quando Jobim declarou que “hoje os idiotas perderam a modéstia”; a frase foi interpretada como crítica ao governo, todavia Jobim afirmou que aludia a jornalistas. O segundo foi em entrevista na qual revelou que seu voto na eleição presidencial de 2010, fora para o adversário político de Rousseff, José Serra. O terceiro, quarto e quinto pronunciamentos listados são provenientes de artigo na revista Piauí, no qual Jobim desmereceu Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucionais, e Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, asseverando que ambas não estariam bem preparadas para seus respectivos cargos. Por fim, houve a resposta deselegante à Rousseff quando discutiam sobre a contratação de José Genoíno como assessor do ministério da Defesa: “quem sabe se ele vai ser útil ou não sou eu”. Apesar de tais declarações, o periódico destacou que Jobim teve papel essencial no ministério, com contribuições como a criação da Estratégia Nacional de Defesa (END), a luta pelo reaparelhamento das Forças Armadas e a boa relação com os militares. O periódico O Estado de S. Paulo assinalou que Jobim permaneceu no ministério a pedido de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, mas que sua relação com Rousseff não era tão próxima quanto à com o presidente anterior. Além disso, a diminuição do seu prestígio, bem como os cortes no orçamento militar e as divergências entre Jobim e Rousseff em determinados assuntos culminaram em ressentimentos por parte do ex-ministro que resultaram em atitudes deselegantes e consequente demissão. Questionado pela Folha de S. Paulo, Nelson Jobim não quis comentar o ocorrido e asseverou que o assunto de sua demissão é passado. O mesmo fez Rousseff, em entrevista realizada por radialistas da cidade de Petrolina, no estado de Pernambuco, e de Juazeiro, no estado da Bahia. A presidente declarou ainda que reconhece as realizações de Jobim na pasta ministerial, e afirmou que Celso Amorim, novo ministro, dará continuidade ao trabalho de Jobim. (Correio Braziliense - Opinião - 06/08/11; Folha de S. Paulo - Poder - 06/08/11; O Estado de S. Paulo - Notas e Informações - 06/08/11)

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