segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Colunas opinativas criticam ocupação militar em favelas na cidade do Rio de Janeiro

Em coluna opinativa para o periódico O Estado de S. Paulo, Alexandre Barros, cientista político e consultor em análise de risco político, afirmou que as soluções para conter o problema de segurança pública no Brasil deveriam ser reexaminadas. Com essa afirmação, Barros alude ao problema da ocupação militar das favelas localizadas na cidade do Rio de Janeiro. O cientista asseverou que o modo de vida militar em regime de quartel, com suas peculiaridades de respeito à hierarquia e à antiguidade, regula plenamente a vida dos seus integrantes; e que esta maneira de viver é difícil de ser transposta para o cotidiano civil, uma vez que a sociedade é regulada por regras democráticas, que a permitem realizar ações que seriam proibidas nos quartéis. Por essa razão, segundo Barros, ocorreu o tiroteio no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, no qual civis foram mortos por militares. O cientista político declarou que o evento não repercutiu em maior polêmica porque as pessoas feridas são pobres, e mesmo que pertencessem ao tráfico, todos são cidadãos que possuem direitos constitucionais a serem observados. Barros finalizou declarando a urgência em se estabelecer na sociedade uma convivência pacífica através de organizações democráticas e civis, de maneira a evitar episódios como o ocorrido no Complexo do Alemão. Em análise com argumentação semelhante, a coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, assinada por Pedro Vieira Abramovay, professor da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV), defendeu a retirada do Exército das favelas cariocas. Segundo o autor, apesar da propaganda de pacificação dos morros com o comparecimento das Forças Armadas, “a presença perene dos militares impede a instalação de UPPs [Unidade de Polícia Pacificadora] e o fortalecimento dos vínculos comunitários”. Abramovay afirmou que as Forças Armadas são preparadas para o combate belicoso contra determinada força opositora, diferentemente da função policial. (Folha de S. Paulo – Opinião – 13/09/11; O Estado de S. Paulo - Opinião - 10/09/11)

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