segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Coluna opinativa analisa comércio bélico brasileiro

Em coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, Daniel Mack, coordenador de políticas da área de controle de armas do Instituto Sou da Paz, questionou as recentes exportações de armamentos bélicos brasileiros. Mack afirmou que as pistolas da empresa Taurus encontradas na Líbia parecem evidenciar a ausência de um histórico brasileiro de extrema prudência em exportações bélicas. Segundo o artigo, sabe-se que o Brasil vendeu cerca de US$ 10 bilhões em armamentos para a Líbia na década de 1980, além dos recentes negócios com Argélia, Egito, Tunísia, Malásia e Paquistão. Mack criticou as prerrogativas governamentais em tal assunto, baseadas na Política Nacional de Exportação de Materiais de Emprego Militar, feita durante o regime militar (1964-1985). De acordo com o autor, não se deveria vender armas sem levar em consideração a provável finalidade com que serão usadas. Contudo, Mack apontou que mudanças qualitativas poderão ocorrer devido às negociações em torno de um tratado para o comércio de armas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), o Arms Trade Treaty (ATT), visando à criação de regras globais para a comercialização de armamentos. De maneira geral, Daniel Mack pontuou que, por vezes, o governo brasileiro parece dar mais valor a aspectos comerciais do que a questões envolvendo a segurança humana. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, foi encontrado ao redor da cidade de Sirte, na Líbia, pelas tropas do governo provisório estoques de equipamento militar fabricado no Brasil. De acordo com o relatório da Liga para os Direitos Humanos havia 12 blindados Cascavel, armados com canhão de 90 mm, caixas de munição para peça de artilharia, bombas ar-terra, foguetes de 70 mm para serem disparados por aviões, propelentes e explosivos; além, de granadas, pistolas e muita munição. O Brasil exportou os veículos militares para a Líbia em agosto de 1977 e o armamento leve foi vendido em 2005 para servir a força policial da Líbia. (Folha de S. Paulo – Opinião – 22/09/11; O Estado de S. Paulo – Internacional – 23/09/11)

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