segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Comissão da Verdade II: governo discute critérios para a indicação dos membros que irão compor a comissão

De acordo com o jornal Correio Braziliense, o governo federal já começou a discutir o perfil dos membros da Comissão da Verdade, antes mesmo da aprovação formal da mesma. O texto em tramitação na Câmara dos Deputados prevê que o colegiado será composto de forma pluralista por sete pessoas indicadas pela presidente Dilma Rousseff, que já decidiu não nomear representantes militares ou militantes dos direitos humanos ligados às famílias das vítimas. Para o ex-ministro Paulo Vannuchi, os membros do grupo terão de ser estudiosos do período, mas apartados das disputas políticas e ideológicas que o marcaram. Entre os nomes que começam a surgir estão o do ex-vice-presidente da República Marco Maciel e o do ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo. Segundo o jornal, o Partido Democrata (DEM) manifestou que quer uma definição mais clara dos critérios para indicação dos membros, pois não deseja que a Comissão seja politizada e que sirva para radicalizações. O partido ainda afirmou que deseja que dois dos integrantes da Comissão sejam indicados pelo Congresso. Em coluna opinativa para o Correio, o jornalista Alon Feuerwerker defendeu um caráter pluralista na composição da Comissão da Verdade, bem como um trabalho documentado, um levantamento factual sobre o período do regime militar brasileiro (1964-1985). Para Feuerwerker, o Brasil não precisaria de uma narrativa oficial dos acontecimentos de referido período, visto que já existem narrativas suficientes para tal; o que é necessário é um trabalho mais abrangente para a Comissão da Verdade, ao invés de apenas oficializar interpretações históricas parciais sobre o período. O jornalista indicou que a Comissão deve ser composta com base na pluralidade, e ao mesmo tempo buscar ao máximo a neutralidade dos membros, que devem desenvolver um trabalho pautado no levantamento de documentos. (Correio Braziliense – Política – 14/09/11; Correio Braziliense – Política – 15/09/11)

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