De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, um levantamento realizado pela
Comissão Nacional de Verdade (CNV) apontou que o Brasil nem sempre respeita os
tratados internacionais relacionados aos direitos humanos dos quais é
signatário. O Estado afirmou que o relatório final da CNV sugerirá que o
governo se alinhe com as convenções internacionais das quais faz parte e
apontou três exemplos citados pelo coordenador da CNV, o advogado Pedro
Dallari, que exemplificam casos em que o país tem atuado de tal forma. O
primeiro trata-se do desrespeito perante a Convenção Interamericana de Direitos
Humanos no que se refere à apresentação de presos ao poder judiciário. Segundo
a Convenção, o preso deve ser levado o mais brevemente possível até a
autoridade judiciária, evitando assim casos de desaparecimentos, como os que
ocorreram durante o regime militar (1964-1985). Segundo Dallari, a comissão irá
propor que o “assunto seja objeto de atenção do Legislativo”. O segundo exemplo
é a ausência da tipificação do crime de desaparecimento forçado na legislação
penal brasileira, embora esse conceito esteja presente em três convenções
internacionais das quais o país é signatário. O terceiro refere-se à Lei da
Anistia (1979), que garantiu que agentes da repressão do regime militar que
praticaram assassinatos e torturas fossem anistiados, apesar de o país ser
membro de tratados internacionais que afirmam que esses crimes não são
passíveis de anistia e são imprescritíveis. (O Estado de S. Paulo – Política –
22/11/14)
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