De acordo com os jornais Correio Braziliense
e O Estado de S. Paulo, ocorreu no dia 09/12/14 ato público no qual foram anunciadas
as principais conclusões da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entre elas a
divulgação do nome de 114 mortos e de listas feitas por empresas públicas e
privadas para denunciar trabalhadores considerados subversivos durante o regime
militar (1964-1985). Segundo o Correio, tais listas foram parte do instrumental
utilizado pelo Estado para reprimir operários, e se somaram a outras
estratégias, como intervenções em sindicatos, nos quais foram admitidos
diretores que compunham uma rede de delação de trabalhadores, e “listas negras”
que impediam a recontratação dos operários ditos subversivos. O periódico
afirmou que as violações de direitos sofridas por membros de sindicatos datam
de antes do regime militar, fato que pode ser observado no chamado “massacre de
Ipatinga” (1963), na cidade de Ipatinga, no estado de Minas Gerais, quando
policiais militares dispararam contra manifestantes em frente às instalações da
Usiminas. O Correio citou ainda a empresa Petrobras como exemplo de
funcionamento do aparelho repressor, a qual serviu de modelo para outras
grandes empresas após a instalação de um sistema de monitoramento realizado
pelo Serviço Nacional de Informação (SNI). Entre os nomes dos mortos divulgados
no ato estavam o comunista ligado ao sindicato dos portuários de Manaus,
Antogildo Pascoal Vianna, o membro do sindicato dos gráficos do Rio de Janeiro,
Milton de Oliveira, e o jornalista Vladimir Herzog, os quais na época tiveram a
causa da morte oficialmente divulgada como suicídio. Segundo O Estado, representantes
das dez centrais sindicais de trabalhadores pediram, durante o ato, a
responsabilização, não necessariamente criminal, das 24 empresas identificadas
pelo grupo como colaboradoras da repressão aos operários durante o regime
militar. (Correio Braziliense – Política – 09/12/14; O Estado de S. Paulo –
Política – 09/12/14)
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