terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Informe especial sobre o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) - Empresas públicas e privadas colaboraram com a repressão a operários

De acordo com os jornais Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, ocorreu no dia 09/12/14 ato público no qual foram anunciadas as principais conclusões da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entre elas a divulgação do nome de 114 mortos e de listas feitas por empresas públicas e privadas para denunciar trabalhadores considerados subversivos durante o regime militar (1964-1985). Segundo o Correio, tais listas foram parte do instrumental utilizado pelo Estado para reprimir operários, e se somaram a outras estratégias, como intervenções em sindicatos, nos quais foram admitidos diretores que compunham uma rede de delação de trabalhadores, e “listas negras” que impediam a recontratação dos operários ditos subversivos. O periódico afirmou que as violações de direitos sofridas por membros de sindicatos datam de antes do regime militar, fato que pode ser observado no chamado “massacre de Ipatinga” (1963), na cidade de Ipatinga, no estado de Minas Gerais, quando policiais militares dispararam contra manifestantes em frente às instalações da Usiminas. O Correio citou ainda a empresa Petrobras como exemplo de funcionamento do aparelho repressor, a qual serviu de modelo para outras grandes empresas após a instalação de um sistema de monitoramento realizado pelo Serviço Nacional de Informação (SNI). Entre os nomes dos mortos divulgados no ato estavam o comunista ligado ao sindicato dos portuários de Manaus, Antogildo Pascoal Vianna, o membro do sindicato dos gráficos do Rio de Janeiro, Milton de Oliveira, e o jornalista Vladimir Herzog, os quais na época tiveram a causa da morte oficialmente divulgada como suicídio. Segundo O Estado, representantes das dez centrais sindicais de trabalhadores pediram, durante o ato, a responsabilização, não necessariamente criminal, das 24 empresas identificadas pelo grupo como colaboradoras da repressão aos operários durante o regime militar. (Correio Braziliense – Política – 09/12/14; O Estado de S. Paulo – Política – 09/12/14)

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