terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Informe especial sobre o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) - General da ativa divulga nota de repúdio

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o general de Exército da ativa, Sérgio Etchegoyen, chefe do Departamento Geral do Pessoal, divulgou com sua família, no dia 11/12/14, uma nota de repúdio ao relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Segundo o periódico, a comissão apontou o pai de Sérgio, o general Leo Guedes Etchegoyen, falecido em 2003, como um dos responsáveis por violações de direitos humanos durante o regime militar (1964-1985). Na nota, Sérgio afirmou que a menção ao seu pai no documento divulgado pela CNV não vem com “qualquer vinculação a fatos ou vítimas” e classificou as investigações da comissão como sendo de “natureza leviana”. O Estado afirmou que a família estuda formas de acionar a Justiça contra a CNV. Segundo o jornal, o comandante do Exército, general Enzo Peri, e o ministro da Defesa, Celso Amorim, foram previamente comunicados pelo general sobre a decisão da família de responder aos “covardes” ataques contra alguém que não pode defender-se por já ter falecido. O Exército decidiu que não enquadraria o general no Regulamento Disciplinar, através do qual militares da ativa são proibidos de fazerem “manifestação de caráter político”, entendendo que a manifestação foi “em caráter familiar”. Amorim considerou que a declaração possuía “forte conotação emocional” e que “o melhor é deixar a poeira baixar”. O governo considerou que uma eventual punição a Sérgio Etchegoyen poderia gerar um movimento solidário em cadeia nas Forças Armadas, transformando-o em “mártir”. Segundo O Estado, o governo chegou a considerar que a inclusão de Leo Etchegoyen como um dos “autores de graves violações de direitos humanos” era um “excesso desnecessário” por parte da CNV e considerou a nota de Sérgio “respeitosa”. Ainda segundo o jornal, após a divulgação da nota de repúdio, a CNV publicou uma nota destacando os fatos considerados suficientes para a inclusão de Etchegoyen como “responsável pela gestão de estruturas” do aparelho repressivo. (O Estado de S. Paulo – Política – 12/12/14)

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