De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo,
o general de Exército da ativa, Sérgio Etchegoyen, chefe do Departamento Geral
do Pessoal, divulgou com sua família, no dia 11/12/14, uma nota de repúdio ao
relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Segundo o periódico, a
comissão apontou o pai de Sérgio, o general Leo Guedes Etchegoyen, falecido em
2003, como um dos responsáveis por violações de direitos humanos durante o
regime militar (1964-1985). Na nota, Sérgio afirmou que a menção ao seu pai no
documento divulgado pela CNV não vem com “qualquer vinculação a fatos ou
vítimas” e classificou as investigações da comissão como sendo de “natureza
leviana”. O Estado afirmou que a família estuda formas de acionar a Justiça
contra a CNV. Segundo o jornal, o comandante do Exército, general Enzo Peri, e
o ministro da Defesa, Celso Amorim, foram previamente comunicados pelo general
sobre a decisão da família de responder aos “covardes” ataques contra alguém
que não pode defender-se por já ter falecido. O Exército decidiu que não
enquadraria o general no Regulamento Disciplinar, através do qual militares da
ativa são proibidos de fazerem “manifestação de caráter político”, entendendo
que a manifestação foi “em caráter familiar”. Amorim considerou que a declaração
possuía “forte conotação emocional” e que “o melhor é deixar a poeira baixar”.
O governo considerou que uma eventual punição a Sérgio Etchegoyen poderia gerar
um movimento solidário em cadeia nas Forças Armadas, transformando-o em
“mártir”. Segundo O Estado, o governo chegou a considerar que a inclusão de Leo
Etchegoyen como um dos “autores de graves violações de direitos humanos” era um
“excesso desnecessário” por parte da CNV e considerou a nota de Sérgio
“respeitosa”. Ainda segundo o jornal, após a divulgação da nota de repúdio, a
CNV publicou uma nota destacando os fatos considerados suficientes para a
inclusão de Etchegoyen como “responsável pela gestão de estruturas” do aparelho
repressivo. (O Estado de S. Paulo – Política – 12/12/14)
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