Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o
coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, afirmou que,
considerando a recente reivindicação de alguns setores da sociedade brasileira
pela volta dos militares ao poder, as Forças Armadas deveriam reconhecer as
violações aos direitos humanos ocorridas durante o regime militar (1964-1985).
Dallari defendeu que o reconhecimento seria a melhor forma de se evitar que
tais violações voltem a ocorrer no país. O coordenador afirmou que esse
processo garantiria que as Forças Armadas solidificassem seu compromisso com a
democracia como algo permanente, embora avaliou que hoje a instituição esteja
comprometida com a democracia. Dallari afirmou que o não reconhecimento das
violações aos direitos humanos durante o regime militar por parte das Forças
Armadas revelam um certo “autismo”. De acordo com ele, a CNV “avançou muito no
sentido de caracterizar que as graves violações não foram ações isoladas, não
foram excessos, como gostam de falar, mas uma política de Estado concebida e
operacionalizada pelas Forças Armadas”. Em coluna opinativa para o periódico
Folha de S. Paulo, o filósofo Vladimir Safatle citou a entrega do relatório
final da CNV, relacionando-a às recentes movimentações a favor de uma nova
intervenção militar, as quais criticou por pedirem algo que destruiria o país,
podendo ser consideradas um “crime por excelência”. (O Estado de S. Paulo –
Política – 06/12/14)
Nenhum comentário:
Postar um comentário