terça-feira, 25 de novembro de 2014

Almirante Mario Cesar Flores discorreu sobre a ausência dos temas política externa e defesa nacional nos programas eleitorais de 2014

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, Mario Cesar Flores, almirante-de-esquadra do Brasil e ex-ministro da Marinha no governo do presidente Fernando Collor de Mello, discorreu sobre a ausência nos programas eleitorais de todos os candidatos à presidência da República de temas que “frequentam o cotidiano da mídia mundial”: as relações internacionais e a defesa nacional. Flores relatou que nas campanhas  dos então candidatos Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva, o Brasil era apresentado como um país que não afetava ou era afetado pela conjuntura do mundo na economia, na “(des)ordem política e social e no meio ambiente”, mostrando ser um país seguro, imune a ameaças e sem motivos para uma preocupação com a defesa nacional. O almirante relatou que o Brasil, sendo a 7ª economia global, não poderia ser indiferente aos “destemperos desumanos”, como os massacres africanos, a atuação do Estado Islâmico e o sofrimento dos povos “pela desordem político-social” e catástrofes naturais. Para o almirante, “a pretensão à cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pressupõe a aceitação da responsabilidade correlata”. Flores também descreveu que atualmente não existem de fato ameaças clássicas ao Brasil, mas que a dinâmica da História não sugere a “continuidade indefinida” da atual situação e, portanto, Forças Armadas modernas não podem ser improvisadas quando uma ameaça surgir repentinamente. Neste sentido, o almirante afirmou que não se deve cultivar perspectivas radicais para a defesa nacional, mas que isto não significa ignorar sua responsabilidade do “alto nível político”. Em conclusão, Flores argumentou que a propaganda eleitoral de 2014 praticamente ignorou a política externa e a defesa nacional, pois esses temas “não rendem votos, por ignorância, indiferença mental e porque se trata de temas que – tanto quanto a grande massa pode entender – não afetam seu cotidiano comumente sofrido”. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 19/11/14)

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