Segundo
os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, no dia 26/11/14, o
ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento à
Comissão Nacional da Verdade (CNV), quando relatou sua experiência de quatro
anos no exílio, passando por Argentina, Chile e França, na época do regime
militar brasileiro (1964-1985). Cardoso chegou a ser levado ao Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi)
para prestar esclarecimentos, sendo encapuzado. O ex-presidente relembrou que
ouviu pelo rádio que havia sido cassado e compulsoriamente aposentado,
juntamente com outro professores da Universidade de São Paulo (USP), em
decorrência do Ato Institucional no. 5 (AI-5), no contexto do acirramento da
repressão do regime militar. Ademais, Cardoso afirmou ter denunciado a Golbery
do Couto e Silva, ministro do presidente militar Ernesto Geisel (1974-1979),
que intelectuais estavam sendo torturados na prisão: "Eu não fui
torturado, mas vi gente torturada, disse para ele", afirmou. Quando
questionou o comandante do II Exército a respeito dos relatos de tortura,
Cardoso teve como resposta que as vítimas eram "maus brasileiros". O
ex-presidente finalizou seu depoimento afirmando que, na época do regime, ser
democrata era um “ato de coragem”. (Correio Braziliense – Política – 28/11/14;
Folha de S. Paulo – Poder – 28/11/14)
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