terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Informe especial sobre o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) - Em resposta a relatório da CNV, Clubes militares divulgaram lista de mortos durante o regime

De acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, os clubes Naval, Militar e da Aeronáutica, em resposta ao relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), divulgaram, no dia 11/12/14, uma lista contendo 126 nomes de militares, policiais e civis que teriam sido mortos pela ação da luta armada contra o regime militar (1964-1985). No dia 10/12/14, segundo a Folha, o Clube Militar já havia anunciado que apresentaria tal material. O presidente do clube, general Gilberto Pimentel, afirmou na ocasião que "não temos aqui nenhuma intenção de desrespeito ou desejo de volta ao passado. Agora se querem restabelecer a verdade é preciso contar toda a história e não apenas olhando por um viés. Não descarto que houve excessos do nosso lado durante este período. Mas e os militares que foram mortos em serviço?". Segundo O Estado, o material divulgado pelos clubes militares contém erros de informação. O policial militar José Aleixo Nunes, que de acordo com o documento foi morto em uma ação da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 1970, foi entrevistado pelo O Estado e, aos 67 anos, vive na cidade de Marília, no estado de São Paulo. Nunes foi ferido na ocasião citada pelo relatório, mas sobreviveu. Dois outros nomes listados pelos clubes militares foram, de acordo com O Estado, vítimas de disparos de policiais durante ação contra o líder da ALN, Carlos Marighella, em 1969. O sargento da Policia Militar, Geraldo Nogueira, lotado no Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo, também foi morto, de acordo com o periódico, em um tiroteio acidental entre policiais em outubro de 1969.  “Outros dois PMs, Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, foram tratados como mortos pela guerrilha, mas a própria polícia, após investigação, comprovou que eles foram vítimas de policiais envolvidos em assaltos”. Quando questionado pelo periódico, o presidente do Clube Naval, vice-almirante fuzileiro naval reformado Paulo Frederico Soriano Dobbin, negou os casos de fogo-amigo. (Folha de S. Paulo – Poder – 11/12/14; Folha de S. Paulo – Poder – 12/12/14; O Estado de S. Paulo – Política - 12/12/14)

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