De acordo com os jornais Folha de S. Paulo e
O Estado de S. Paulo, os clubes Naval, Militar e da Aeronáutica, em resposta ao
relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), divulgaram, no dia
11/12/14, uma lista contendo 126 nomes de militares, policiais e civis que
teriam sido mortos pela ação da luta armada contra o regime militar
(1964-1985). No dia 10/12/14, segundo a Folha, o Clube Militar já havia
anunciado que apresentaria tal material. O presidente do clube, general
Gilberto Pimentel, afirmou na ocasião que "não temos aqui nenhuma intenção
de desrespeito ou desejo de volta ao passado. Agora se querem restabelecer a
verdade é preciso contar toda a história e não apenas olhando por um viés. Não
descarto que houve excessos do nosso lado durante este período. Mas e os
militares que foram mortos em serviço?". Segundo O Estado, o material
divulgado pelos clubes militares contém erros de informação. O policial militar
José Aleixo Nunes, que de acordo com o documento foi morto em uma ação da
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em
1970, foi entrevistado pelo O Estado e, aos 67 anos, vive na cidade de Marília,
no estado de São Paulo. Nunes foi ferido na ocasião citada pelo relatório, mas
sobreviveu. Dois outros nomes listados pelos clubes militares foram, de acordo
com O Estado, vítimas de disparos de policiais durante ação contra o líder da
ALN, Carlos Marighella, em 1969. O sargento da Policia Militar, Geraldo
Nogueira, lotado no Destacamento de Operações de Informações do Centro de
Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo, também foi morto, de
acordo com o periódico, em um tiroteio acidental entre policiais em outubro de
1969. “Outros dois PMs, Guido Bone e
Natalino Amaro Teixeira, foram tratados como mortos pela guerrilha, mas a
própria polícia, após investigação, comprovou que eles foram vítimas de
policiais envolvidos em assaltos”. Quando questionado pelo periódico, o
presidente do Clube Naval, vice-almirante fuzileiro naval reformado Paulo
Frederico Soriano Dobbin, negou os casos de fogo-amigo. (Folha de S. Paulo –
Poder – 11/12/14; Folha de S. Paulo – Poder – 12/12/14; O Estado de S. Paulo –
Política - 12/12/14)
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