quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Militar morreu em confronto no Complexo de Favelas da Maré

Segundo os periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o cabo do Exército Michel Augusto Mikami morreu, no dia 28/11/14, após ser baleado na cabeça durante confronto na Vila dos Pinheiros, no Complexo de Favelas da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo O Estado, o militar foi socorrido e encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento da Vila do João, na Maré, e posteriormente ao Hospital Central do Exército, onde faleceu. De acordo com a Folha, Mikami era membro do 28º Batalhão de Infantaria Leve, na cidade de Campinas, e atuava na Força de Pacificação da região “há pouco mais de um mês”. A Folha lembrou que os militares apoiam a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo de Favelas da Maré, onde estão desde abril de 2014, e são responsáveis por realizar um policiamento ostensivo na região desde os primeiros meses de instalação da UPP. A Folha relatou que a presença dos militares na região foi prorrogada duas vezes, sendo que sua previsão inicial era de terminar em julho de 2014 e, atualmente, foi estendida para dezembro do mesmo ano. Segundo O Estado, o governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, solicitará à presidenta da República, Dilma Rousseff, a permanência do Exército no Complexo de Favelas da Maré no ano de 2015. A ação do governador é criticada por entidades de defesa dos direitos humanos, como a Organização Não-Governamental Observatório de Favelas, a qual afirmou que a presença dos militares no local “reforça a opção do governo pela militarização e acirra a lógica do confronto na comunidade”. De acordo com os jornais, Rousseff divulgou nota na qual afirmou que Mikami “morreu no cumprimento do dever” e expressou sua dor e solidariedade à família e amigos do militar. O Estado afirmou que Pezão também divulgou uma nota, na qual lamentou a morte do militar, prestou sua solidariedade à família e afirmou que “seguirá firme” na atuação conjunta com o governo federal na região. Membros das Forças Armadas informaram que, no mesmo dia da morte de Mikami, os militares participaram de um confronto durante uma patrulha na região do Conjunto Esperança, favela localizada no Complexo de Favelas da Maré, no qual um blindado caiu num canal ao colidir em alta velocidade. O periódico lembrou que o Exército havia atuado anteriormente no Complexo de Favelas do Alemão e na Vila Cruzeiro, na cidade do Rio de Janeiro, onde apesar dos confrontos, não houve morte de militares. Segundo os periódicos, Mikami foi o primeiro militar a morrer durante a ocupação das favelas do Rio de Janeiro pelas Forças Armadas. O Estado afirmou que, uma semana após a entrada dos militares no Complexo de Favelas da Maré, um jovem de 18 anos, suspeito de ser membro do tráfico, foi morto a tiros na comunidade e a partir de então os confrontos tornaram-se frequentes. O jornal lembrou também que a Avenida Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, foi interditada por blindados durante confronto entre fuzileiros navais e traficantes em setembro de 2014 e que no final de novembro do mesmo ano escolas foram fechadas na região devido a trocas de tiros. (Folha de S. Paulo – Cotidiano – 29/11/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 29/11/14; O Estado de S. Paulo – Poder – 30/11/14)

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