segunda-feira, 4 de junho de 2012

Companhias fazem grandes investimentos no Brasil para ganhar a concorrência no projeto FX-2

O periódico Correio Braziliense noticiou que as empresas envolvidas na licitação para o projeto FX-2, que visa o reequipamento da Força Aérea Brasileira (FAB), tem realizado altos investimentos na divulgação de seus produtos na tentativa de fechar negócio com o Brasil. Parte do projeto prevê a compra de 36 caças de combate, dentre outros equipamentos, e tem um custo estimado em aproximadamente US$10 bilhões, tendo como finalistas a empresa estadunidense Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab. Esta última,  que concorre com o caça Gripen NG, inaugurou na cidade de São Bernardo do Campo, estado de São Paulo, o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro e, em visita ao Brasil, o presidente da companhia Håkan Buskhe garantiu que enviaria os códigos fontes dos aviões, e que “o Brasil seria responsável por 40% do desenvolvimento das aeronaves e 80% da fabricação das estruturas”. A francesa Dassault, fabricante do caça Rafale F3, promete transferência irrestrita de tecnologia e já iniciou cooperação com instituições de ensino brasileiras, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para trabalhar com pesquisas na área aeroespacial. A Boeing, fabricante do caça SuperHornet F-18, firmou parcerias para investir na pesquisa e no treinamento de profissionais brasileiros, abrindo escritório na cidade de São Paulo e firmando acordos de cooperação com a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo o periódico, a proposta estadunidense careceria de confiabilidade por conta do cancelamento da compra pela Boeing de aeronaves da brasileira Embraer no valor de US$356 milhões, no início de 2012, e por ser a que menos oferece transferência de tecnologia, embora o principal secretário assistente do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Thomas Kelly, tenha afirmado que “o Brasil está no nível de transferência de tecnologia mais alto que podemos oferecer. Mas não fornecemos os códigos fontes a qualquer país do mundo”. Dennis Muilenburg, presidente da área de defesa, espaço e segurança da Boeing afirmou que, embora a companhia tenha projetos mais amplos e procure um longo relacionamento com o Brasil, uma eventual perda da  concorrência para o projeto FX-2 poderia prejudicar a parceria da Boeing com o país. O periódico destaca que a competição não se trata somente da compra dos aviões, mas as companhias a enxergam como a possibilidade de participar do que pode ser o maior crescimento desse setor de mercado nas últimas três décadas e ainda analisam o crescimento brasileiro como um investimento muito promissor  em frente a atual crise econômica mundial. A presidente da república, Dilma Rousseff, deve anunciar dentro de um mês a empresa vencedora para a fabricação dos caças, que vem se arrastando desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Rousseff afirmou que um dos pontos críticos para a escolha será a transferência de tecnologia. (Correio Braziliense – Economia – 21/05/12)

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