De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Estadual da Verdade do
Rio de Janeiro (CEV-Rio) divulgou um documento com estatísticas sobre o perfil
das vítimas de perseguições políticas durante o regime militar (1964-1985). O
relatório refere-se às vítimas que pediram reparação à Comissão de Anistia,
órgão federal criado em 2001 e subordinado ao Ministério da Justiça. Segundo o
presidente da CEV-Rio, Wadih Damous, “o maior número de perseguições foi
registrado entre 1964 e 1967. Isso mostra que os trabalhadores já sofriam forte
repressão desde o início”. As estatísticas apontam que a maioria das vítimas
era homens, perseguidos pela primeira vez quando tinham entre 26 e 30 anos.
Entre as vítimas, 48% eram cariocas; 10% eram mineiras; 6% paulistas; e 6%
pernambucanas. Os profissionais mais atingidos, de acordo com o estudo, foram
servidores públicos (10%), seguidos de jornalistas (8%) e professores (5%). A
maioria das vítimas de perseguições políticas mantinha intensa atividade
social, militando em partidos, grupos políticos ou sindicatos. Dos tipos de
perseguição, destacam-se: demissão (24%), prisão (17%), inquérito policial
militar (14%), processo penal militar (10%), monitoramento (10%) e tortura
(5%). Os casos de tortura assemelham-se àqueles divulgados pela Comissão
Nacional da Verdade e outras comissões estaduais. Uma vítima foi torturada de
julho a setembro de 1973 e, de acordo com o jornal, “descreveu ter sofrido
espancamentos e abusos sexuais e ter sido submetida a choques elétricos e às práticas
da “geladeira” e da ‘sala de som amplificada’”. (O Estado de S. Paulo –
Política – 25/10/14)
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