terça-feira, 4 de novembro de 2014

Documento apontou perfil de perseguidos políticos durante o regime militar

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio) divulgou um documento com estatísticas sobre o perfil das vítimas de perseguições políticas durante o regime militar (1964-1985). O relatório refere-se às vítimas que pediram reparação à Comissão de Anistia, órgão federal criado em 2001 e subordinado ao Ministério da Justiça. Segundo o presidente da CEV-Rio, Wadih Damous, “o maior número de perseguições foi registrado entre 1964 e 1967. Isso mostra que os trabalhadores já sofriam forte repressão desde o início”. As estatísticas apontam que a maioria das vítimas era homens, perseguidos pela primeira vez quando tinham entre 26 e 30 anos. Entre as vítimas, 48% eram cariocas; 10% eram mineiras; 6% paulistas; e 6% pernambucanas. Os profissionais mais atingidos, de acordo com o estudo, foram servidores públicos (10%), seguidos de jornalistas (8%) e professores (5%). A maioria das vítimas de perseguições políticas mantinha intensa atividade social, militando em partidos, grupos políticos ou sindicatos. Dos tipos de perseguição, destacam-se: demissão (24%), prisão (17%), inquérito policial militar (14%), processo penal militar (10%), monitoramento (10%) e tortura (5%). Os casos de tortura assemelham-se àqueles divulgados pela Comissão Nacional da Verdade e outras comissões estaduais. Uma vítima foi torturada de julho a setembro de 1973 e, de acordo com o jornal, “descreveu ter sofrido espancamentos e abusos sexuais e ter sido submetida a choques elétricos e às práticas da “geladeira” e da ‘sala de som amplificada’”. (O Estado de S. Paulo – Política – 25/10/14) 

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