terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ex-militar que atuou na Casa da Morte de Petrópolis foi detido e interrogado pela Polícia Federal

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-agente militar Antonio Wainer Pinheiro Lima foi identificado por procuradores federais como o homem que atuava como carcereiro no Centro de Informações do Exército, órgão que centralizava o combate às guerrilhas urbanas e rurais, localizado na cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, conhecido como a Casa da Morte de Petrópolis. Sua localidade foi revelada pela ativista de direitos humanos e ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) Inês Etienne Romeu, em depoimento à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1979, no qual relatou que ficou em cárcere privado e passou por sessões de tortura na residência, em 1971. A ativista apresentou uma lista de 19 militares que torturaram prisioneiros no local, sendo um deles, que a estuprou duas vezes, o carcereiro da casa que atendia pelo codinome “Camarão”. De acordo com o jornal, Pinheiro Lima, o “Camarão”, foi localizado no interior do estado do Ceará, sendo detido e interrogado pela Polícia Federal. No interrogatório, Lima admitiu que atuou como “vigia” da casa de Petrópolis, mas não respondeu sobre o que se passava no interior da residência. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro decidiram fazer uma convocação conjunta do ex-agente militar, que será ouvido até o final de novembro de 2014. A CNV não aprofundou as investigações sobre os casos da Casa de Petrópolis, e entidades de direitos humanos dizem não ter perspectivas em relação ao relatório final que será apresentado no dia 10/12/14. A CNV ouviu o ex-agente Marival Dias Chaves do Canto em maio de 2013, e o coronel da reserva Paulo Malhães em março de 2014. Segundo o periódico, em 1992, Chaves do Canto relatou à revista “Veja” que presos políticos, como David Capistrano, José Roman, Rosa Kucinski e Wilson Silva, teriam sido mortos e esquartejados na Casa da Morte de Petrópolis. Na ocasião, divulgou os nomes dos oficiais Paulo Malhães e Fred Perdigão que atuaram na residência. (O Estado de S. Paulo – Política – 12/11/14)

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