domingo, 9 de novembro de 2014

Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas: a abordagem da imprensa brasileira sobre a Comissão da Verdade (IV Congreso Internacional – XI Simposio – De América Latina Y El Caribe - 23/10/2014)


Bruce Scheidl Campos 
Cristal de Moraes Siqueira
Giulia Botossi Gomes

Resumo:
Este trabalho sintetiza as principais informações publicadas por periódicos brasileiros de ampla circulação a respeito da Comissão Nacional da Verdade. Tomando como base o Informe Brasil, produzido pelo Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, foram destacados três dos principais temas investigados pela comissão. O objetivo deste trabalho é expor a forma como as investigações da comissão sobre o tema “mortos e desaparecidos políticos” foram abordadas pela imprensa brasileira.
Palavras-chave: Comissão Nacional da Verdade; Regime Militar brasileiro; Forças Armadas.

Resumen:
Este trabajo resume las principales informaciones publicadas por los diarios brasileños de gran circulación acerca de la Comisión Nacional de Verdad. Con base en el Informe Brasil, producido por el Observatorio Sudamericano de Defensa y Fuerzas Armadas, se señalaron tres temas principales investigados por la comisión. El objetivo es exponer cómo las investigaciones de la comisión sobre "los muertos y desaparecidos" fueron planteadas por la prensa brasileña.
Palabras clave: Comisión Nacional de Verdad, Régimen Militar brasileño, Fuerzas Armadas.

Introdução

        O presente trabalho tem por objetivo expor as principais informações veiculadas em jornais brasileiros acerca da Comissão Nacional da Verdade (CNV), utilizando como base o Informe Brasil, produzido pelo Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas .
       Primeiramente, apresentaremos o Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas e a metodologia utilizada na produção do Informe Brasil, a fim de esclarecer a principal fonte de pesquisa consultada para este trabalho. Em seguida, introduziremos a CNV como base para a compreensão dos principais temas veiculados, dentre os quais destacamos: a Guerrilha do Araguaia, a Operação Condor e as investigações sobre a morte do ex-presidente da República João Goulart.

O Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas

         O Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas é um projeto conjunto de grupos acadêmicos do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela que se dedicam ao estudo da temática de Defesa e Forças Armadas. Informes semanais são produzidos a partir da seleção e resumo de notícias acerca dos temas de interesse em jornais de ampla circulação em cada um dos países. Estes informes são distribuídos eletronicamente para mais de 3000 assinantes – dentre eles faculdades, professores, pesquisadores, estudantes, instituições governamentais e políticos – e constituem uma rica fonte de pesquisa para trabalhos acadêmicos ao redor do mundo. 
           No Brasil, o Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, é um trabalho desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (GEDES), liderado pelo Prof. Dr. Héctor Luis Saint-Pierre. O Observatório iniciou suas atividades em 2001 e desde então é responsável pela distribuição eletrônica de todos os informes e pela produção do Informe Brasil. A metodologia utilizada consiste na formação de uma escala semanal, na qual um membro é responsável pela coleta e resumo de notícias pertinentes ao tema a cada dia da semana. A coleta de notícias é feita utilizando como fonte os periódicos Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. As notícias, posteriormente, são agrupadas em resumos divididos por temas, uma vez que certos assuntos são recorrentes em diversos jornais ao longo da semana. É importante ressaltar que, em cada resumo, preza-se pela imparcialidade na transmissão dos fatos e das colunas de opinião, o que garante a linguagem acadêmica, livre de preferências políticas. Ao final de sete dias, é realizada uma reunião entre os membros para a discussão das notícias e correção parcial do informe, que passa ainda por uma correção final realizada por supervisoras – mestrandas e doutorandas – com experiência no tema.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV)

            A CNV foi instituída no Brasil em 2012, no governo da presidenta da República Dilma Rousseff, com o objetivo de apurar violações aos Direitos Humanos ocorridas no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988, incluindo o regime militar (1964-1985). Inicialmente, o mandato da CNV previa que os trabalhos da Comissão fossem encerrados dois anos após sua instalação, no entanto, em dezembro de 2013, seu mandato foi prorrogado até 16 de dezembro de 2014 . A CNV é composta por sete integrantes, indicados por Rousseff, e os trabalhos foram divididos em subcomissões, a saber: Pesquisa (subdividida entre diversos grupos de trabalho), Relações com a Sociedade e Comunicação. Tendo a CNV como modelo, foram criadas outras comissões da verdade em diversos âmbitos da sociedade brasileira. O processo de investigação se baseia em depoimentos, tomados diversas vezes em audiências públicas, e documentos, muitos dos quais são classificados como sigilosos. Tendo em vista o caráter de esclarecimento dos colegiados, os resultados das apurações são divulgados através de relatórios públicos. Ademais, as comissões não possuem caráter punitivo aos agentes do regime acusados de crimes como sequestro, tortura e homicídio, o que gera questionamentos em relação à sua finalidade e efetividade.
         Dentre os principais temas investigados destacamos o de mortos e desaparecidos políticos. Neste sentido, exporemos a seguir as principais informações veiculadas a respeito da Guerrilha do Araguaia, da participação brasileira na Operação Condor e das investigações sobre a morte do ex-presidente da República João Goulart.

1. Guerrilha do Araguaia

      De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a CNV iniciou seus trabalhos investigando os casos de desaparecimentos políticos. Um dos fatores que incentivou a Comissão a seguir tal rumo foi a pressão por parte de cortes internacionais para a abordagem de crimes continuados, como o desaparecimento forçado e ocultação de cadáveres – tais como ocorreram no caso dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Neste caso, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil por não existirem informações sobre os mortos e desaparecidos e segue pressionando o país para que sejam realizados investigações e esclarecimentos .
         O diretor da Associação Torturados da Guerrilha do Araguaia, Sezotrys Costa, afirmou que a CNV deve focar seus trabalhos na Operação Limpeza, na qual foram tomadas medidas, por parte de militares, a fim de ocultar as marcas deixadas na região pela guerrilha, como a retirada dos restos mortais dos guerrilheiros mortos na região. Costa declarou que existem documentos nos arquivos públicos dos estados de Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins que podem contribuir para que se descubra o paradeiro dos corpos desaparecidos, sendo esse o principal objetivo do grupo em relação ao assunto .
      No dia 02/07/12, o Grupo de Trabalho Araguaia, coordenado pelos ministérios da Defesa e da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos, se reuniu com os membros da CNV e convidou a comissão para participar das expedições realizadas na região. Na reunião foi criada uma subcomissão de Comunicação Externa, a qual deve divulgar a produção do grupo e melhor armazenar os documentos existentes, para que esses sejam acessíveis à sociedade e por pesquisadores da CNV .
     Após questionamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), ao governo brasileiro quanto ao cumprimento da solicitação de busca e apresentação dos restos mortais de integrantes da Guerrilha do Araguaia, foi noticiado pelo Estado que a CNV irá acompanhar as investigações do Grupo de Trabalho Araguaia . A integrante da comissão Rosa Cardoso afirmou que os familiares de desaparecidos serão ouvidos, pois podem dispor de informações úteis para que as investigações não dependam apenas de documentos oficiais.
       O ex-procurador da República e membro da CNV, Cláudio Fonteles, declarou que os documentos encontrados permitem afirmar que o Exército utilizou em pelo menos três situações bombas napalm em ataques contra a Guerrilha. Em um dos documentos que permite tal afirmação, o Relatório de Apoio Aéreo, de 1972, o uso de tais bombas na região é confirmado pelo tenente-coronel Flarys Guedes Henriques de Araújo. Informes produzidos pelo Exército durante o regime militar afirmam que no caso de prisões de políticos, “pessoas de relevo” e jornalistas, o presidente da República deveria ser consultado, o que, segundo Fonteles, revela a centralização absoluta do regime militar, embora não se possa confirmar que tais medidas eram seguidas a risca .
      A CNV, durante balanço de um ano de trabalho, realizado em 2013, afirmou que a Marinha mentiu aos órgãos oficias do Brasil quando questionada, em 1993, pelo então presidente da República, Itamar Franco, a respeito dos militares da Guerrilha do Araguaia. O Estado afirmou que o Centro de Informações da Marinha (Cenimar) declarou que os guerrilheiros desaparecidos no Araguaia estariam foragidos. Entretanto, um estudo realizado pela equipe da pesquisadora Heloísa Starling, assessora da CNV, apontou que as informações fornecidas pela Marinha nesse momento não correspondem com o prontuário de pessoas mortas, produzido pelo Cenimar em 1972. Em resposta à acusação, a Marinha informou que todos os documentos existentes nos arquivos da instituição que foram solicitados pelo Ministério da Justiça foram encaminhados e continuará contribuindo quando solicitada, inclusive com a CNV .
       No dia 07/04/14, a CNV apresentou um mapeamento dos centros clandestinos usados pelas Forças Armadas durante o regime militar. A CNV apontou 17 centros clandestinos, que, de acordo com a comissão, eram conhecidos pelos comandantes das Forças Armadas e, de acordo com Starling, eram parte da estrutura de Inteligência e repressão do regime militar (1964-1985). Dentre esses centros se encontrava a Casa Azul, no estado do Pará, onde, segundo o jornal Folha de S. Paulo, pelo menos 24 guerrilheiros que participaram da Guerrilha do Araguaia foram executados .
       De acordo com depoimentos concedidos à CNV, após o insucesso das primeiras operações das Forças Armadas contra a Guerrilha do Araguaia, foi adotada uma política de “eliminação” e “neutralização” dos militantes. O Estado afirmou que essa foi a primeira vez que oficiais da reserva do Exército, que no período do regime militar detinham poder de comando, falaram sobre o caso à CNV. O ex-tenente-coronel e atual coronel da reserva Idyno Sardenberg Filho afirmou que os combates decisivos ocorreram no estado do Pará, em uma unidade improvisada pelo Centro de Informações do Exército e na qual eram mantidos sob custódia os guerrilheiros que foram fuzilados em 1973. O coronel afirmou ter recebido dinheiro do general Milton Tavares para realizar o trabalho de inteligência, que foi a base da parte final de eliminação da guerrilha. O general da reserva Álvaro Augusto Pinheiro afirmou que a vitória do Exército sobre a Guerrilha impediu que militares estadunidenses das forças especiais, os chamados boinas verdes, fossem enviados ao Brasil no período .

2. Operação Condor

            Outro tema de grande destaque analisado pela CNV refere-se à Operação Condor, uma aliança política-militar entre os regimes militares do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguaia e Uruguai. De acordo com a Folha, no dia 12/06/14 a presidenta da República, Dilma Rousseff, recebeu a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, para a assinatura de um acordo referente a um intercâmbio de dados relativos a seus respectivos regimes militares, o que, segundo o Itamaraty, poderia auxiliar nas investigações da CNV referentes à Operação Condor .
            Recentemente, a CNV declarou ter encontrado no Arquivo Nacional de Brasília documentos que reforçam uma ideia já existente de que o apoio entre os regimes militares da América do Sul é anterior à Operação Condor, iniciada em 1975. Os documentos referem-se ao desaparecimento de um militante francês, um argentino e um brasileiro na cidade do Rio de Janeiro em 1973. O Estado afirmou que tais desaparecimentos possuíram relação direta com a prisão de dois militantes na cidade de Buenos Aires, na Argentina .
            Seguindo a busca por documentos referentes ao período, os periódicos Folha e O Estado afirmaram que a CNV iria analisar documentos que estão em posse do Ministério das Relações Exteriores da Argentina com objetivo de encontrar informações referentes a 11 brasileiros desaparecidos durante o regime militar argentino e seis argentinos desaparecidos no Brasil no mesmo período. Segundo O Estado, a comissão pretende também encontrar informações referentes à participação brasileira na Operação Condor. O coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro, visitou a Argentina para se encontrar com representantes de organizações locais de defesa dos direitos humanos que investigam os desaparecimentos que ocorreram no período . Outros países envolvidos na Operação Condor também serão visitados por membros da CNV.
            As buscas por dados por parte da comissão não se restringem a documentos nacionais e de países da América do Sul. De acordo com O Estado, a CNV informou que irá investigar documentos de governos estrangeiros e organizações internacionais referentes ao regime militar brasileiro com objetivo principal de esclarecer ações da Operação Condor. As comissões da verdade de países da América do Sul, como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, serão consultadas, bem como registros da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OEA. Informações obtidas de documentos guardados pela ONU permitem afirmar que o governo brasileiro expulsou do país refugiados argentinos, uruguaios e chilenos durante um período do regime militar no país. Durante o regime militar, o Brasil negou asilo a diversas famílias ameaçadas em seus países de origem e “devolveu” a seus países militantes perseguidos. Os documentos permitiram apontar que, em 1979, refugiados argentinos relataram à ONU que foram perseguidos no Brasil ao tentar pedir asilo .
            Além da busca por dados que comprovem que a morte e desaparecimento de diversos militantes dos regimes militares podem ter sido facilitados pela Operação Condor, a CNV também analisa se a morte de dois ex-presidentes do Brasil, João Goulart e Juscelino Kubitschek, estariam relacionadas com a operação. As investigações a respeito da morte de Goulart serão abordadas no próximo tópico. No que se refere à morte de Kubitschek, a CNV afirmou que iria entregar até o final do mês de julho de 2013 um relatório com o resultado das investigações referentes à morte o ex-presidente e de seu motorista, Geraldo Ribeiro. A Organização dos Advogados do Brasil de Minas Gerais foi responsável por solicitar as investigações à comissão e afirmou que após realizar estudos sobre o Inquérito Policial e o laudo da exumação do corpo do motorista, concluiu que o suposto acidente, no qual ambos teriam morrido, foi na verdade um atentado praticado pelo regime militar como parte da Operação Condor. Caso as apurações da CNV confirmem que o acidente foi na verdade provocado, essa pode requerer a reabertura do processo ao Ministério Público .

3. Investigações sobre a morte do ex-presidente da República João Goulart

             Como mencionado anteriormente, a CNV, com apoio do Ministério Público Federal, aprovou a exumação dos restos mortais do ex-presidente da República, João Goulart, a pedido da família, como forma de esclarecer as dúvidas a respeito de sua morte e de uma possível morte por envenenamento arquitetada por membros da Operação Condor. Goulart morreu em 1976 durante exílio na Argentina, em 2008 um agente da repressão do Uruguai, Mário Barreto, afirmou que Goulart teria na verdade sido morto por envenenamento. Mesmo antes de sua declaração a família do ex-presidente já pedia pela exumação devido à desconfiança de que ele teria sido envenenado através dos medicamentos que tomava devido a um problema no coração. De acordo com a versão oficial, o ex-presidente morreu em função de um ataque cardíaco, porém na época não foi realizada autopsia do corpo para confirmar o motivo .
            A integrante da CNV e professora da Universidade Federal Fluminense, Rosa Cardoso, afirmou que devido ao grau de decomposição da massa óssea, a tecnologia atual pode não ser suficiente para chegar a resultados conclusivos após a perícia dos restos mortais. O jornal Correio Braziliense afirmou que a CNV formaria uma força-tarefa com integrantes da comissão, da Polícia Federal, da Secretária de Direitos Humanos, da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul para acompanhar os procedimentos de pesquisa. Em conjunto com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, Cardoso definiu a iniciativa de montar uma equipe de peritos internacionais como importante para conferir autenticidade e imparcialidade aos trabalhos . A CNV pediu também acesso a documentos dos Estados Unidos da América, que poderiam auxiliar na investigação sobre a morte do ex-presidente, pois, segundo Cardoso, “a exumação tem que ser feita, é uma prova necessária. Mas vamos prosseguir na investigação de caráter histórico”.
            No dia 21/08/13, representantes da Secretaria de Direitos Humanos, da CNV e da Polícia Federal realizaram averiguação no local onde se encontram os restos mortais de Goulart, na cidade de São Borja, no estado do Rio Grande do Sul, com objetivo de verificar as condições necessárias para os estudos de logística referentes à remoção e transporte do caixão rumo à cidade de Brasília-DF. No dia 13/11/13 os restos mortais de Goulart foram exumados e posteriormente levados à capital federal em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Em Brasília, os restos passaram por exames antropológicos e de DNA. Segundo a CNV, laboratórios estrangeiros localizados em Portugal e na Espanha realizarão exames toxicológicos para averiguar se houve envenenamento . Apesar da dificuldade de se analisar os restos mortais devido a sua decomposição, o fato de o caixão estar lacrado desde quando foi enterrado permite a análise dos gases presentes em seu interior, possibilitando analisar se houve envenenamento .
            Referente a um período anterior ao regime militar, O Estado afirmou que o coronel-aviador da reserva da Aeronáutica, Roberto Baere, revelou a CNV detalhes da chamada Operação Mosquito, a qual foi elaborada em 1961 por oficiais da FAB com objetivo de matar Goulart, então vice-presidente da República, com intenção de impedir que ele assumisse a presidência após a renúncia de Jânio Quadros. Baere declarou ter recebido ordens para preparar os caças que seriam usados para atingir a aeronave na qual Goulart retornava de viagem da China. O coronel-aviador afirmou que recusou a cumprir tal missão e que o plano foi abandonado posteriormente. Entretanto, Baere afirmou ter sido punido durante o regime militar por se recusar a cumprir tais ordens e ter sido expulso das Forças Armadas .
            No dia 04/05/12, os membros da CNV se reuniram, na Associação Brasileira de Imprensa, com militares que afirmaram terem sido vítimas de perseguição por apoiar a posse de João Goulart como presidente da República, após a renúncia de Jânio Quadros. Tais militares também afirmaram ser contrários à tomada de poder de 1964 e eram chamados de “legalistas”. Dados da CNV estimaram que 7488 militares foram perseguidos durante do regime militar .

Conclusão

          No presente trabalho procuramos demonstrar a capacidade do Observatório de Defesa e Forças Armadas como fonte de dados para pesquisa. Neste sentido, ressaltamos o caráter expositivo do trabalho apresentado, o qual serve como base para futuras análises críticas. Buscamos demonstrar que tanto temas importantes no cenário nacional quanto no âmbito da América do Sul são apresentados de maneira neutra, pois buscamos retirar dos jornais apenas os fatos e manter claras opiniões, quando estas são expostas.
           A explanação de temas recorrentes nos Informes Brasil demonstra que questões atuais podem ser analisadas a partir de tais resumos, como é o caso da CNV, pois a veiculação de suas ações se encontra presente em nossos informes semanais desde seu início, em 2012. O Informe Brasil constitui, portanto, uma rica fonte de textos pelos quais se pode analisar a evolução desse órgão. Tais informes fornecem um material de apoio tanto para aqueles que buscam estudar o tema em seu aspecto mais amplo quanto em cada uma de suas vertentes ou espaço temporal.


Periódicos:
Correio Braziliense
Folha de S. Paulo
O Estado de S. Paulo

Brasil. Lei n. 12.528, de 18 de novembro de 2011. Cria a Comissão Nacional da Verdade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12528.htm>
Brasil. Medida Provisória n.632, de 24 de Dezembro de 2013.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Mpv/mpv632.htm

[1] Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redator do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas. Bolsista PIBITI (CNPq).
[2] Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redatora do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas.
[3] Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redatora do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas. Bolsista PIBIC (CNPq).
                                                                                                                          
[4] Os dados apresentados neste trabalho referem-se a notícias retiradas dos três periódicos utilizados entre os anos de 2012 e 2014 e buscam apresentar, de maneira resumida, a forma como tais notícias são elaboradas em nossos informes. Os informes encontram-se disponíveis para serem acessados no site do GEDES: <http://www.gedes.org.br/produtos.php>.
[5] Medida Provisória n.632, de 24 de Dezembro de 2013.
[6] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão da Verdade iniciará investigações com casos de desaparecidos políticos. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/05/comissao-da-verdade-iniciara.html
[7] IdemCamponeses da região do Araguaia aguardam pelos trabalhos da Comissão da Verdade para esclarecimento de fatos e localização de corpos. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/06/camponeses-da-regiao-do-araguaia.html
[8] IdemOs documentos do regime militar V: Comissão da Verdade e documentos sobre o Araguaia. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/07/os-documentos-do-regime-militar-v.html
[9] IdemComitê Interamericano de Direitos Humanos cobra governo brasileiro sobre desaparecidos no Araguaia. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/08/comite-interamericano-de-direitos.html 
[10] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade V: novas informações sobre o regime militar. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/comissao-nacional-da-verdade-v-novas.html
[11] IdemComissão Nacional da Verdade II: balanço de um ano de trabalho traz novas revelações. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/06/comissao-nacional-da-verdade-ii-balanco.html
[12] IdemComissão Nacional de Verdade mapeia centros clandestinos utilizados durante o regime militar. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/04/comissao-nacional-de-verdade-mapeia.html
[13] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Política de “neutralização” foi adotada contra a Guerrilha do Araguaia. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/05/politica-de-neutralizacao-foi-adotada.html
[14] IdemBrasil e Chile assinaram acordo para intercâmbio de informações sobre os
regimes militares. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/06/brasil-e-chile-assinaram-acordo-para.html
[15] Idem. Documentos revelam cooperação entre serviços inteligência de países do Cone Sul antes da Operação Condor. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/10/documentos-revelam-cooperacao-entre.html
[16] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade busca, na Argentina, informações sobre brasileiros desaparecidos. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/comissao-nacional-da-verdade-busca-na.html
[17] Idem. Comissão da Verdade pesquisará documentos estrangeiros sobre Operação
Condor. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/11/comissao-da-verdade-pesquisara.html
[18] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade VI: Apurações sobre a morte de Juscelino Kubitschek e seu motorista devem ser entregues até o final deste semestre. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/02/comissao-nacional-da-verdade-vi.html
[19] Idem. Começa a preparação para a exumação do corpo do ex-presidente da República João Goulart. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/08/comeca-preparacao-para-exumacao-do.html
[20] IdemCorpo de ex-presidente João Goulart será exumado. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/corpo-de-ex-presidente-joao-goulart.html
[21] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Autópsia de João Goulart será realizada por universidades estrangeiras. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/04/autopsia-de-joao-goulart-sera-realizada.html
[22] IdemRestos mortais do ex-presidente João Goulart foram exumados no dia 13/11/13. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/11/restos-mortais-do-ex-presidente-joao.html
[23] IdemMilitar da reserva revela detalhes de conspiração contra João Goulart. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/militar-da-reserva-revela-detalhes-de.html
[24] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Comissão Nacional da Verdade VI: colegiado se encontra com os legalistas em audiência pública. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/05/comissao-nacional-da-verdade-vi.html

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