Segundo
o periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade dos
Jornalistas, criada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), declarou
que apresentará em dezembro de 2014 um relatório contendo o nome de 22
profissionais de comunicação assassinados durante o regime militar (1964-1985),
além de jornalistas que sobreviveram à tortura e meios de comunicação que foram
censurados no período. De acordo com o jornal, dois nomes que estarão presentes
no documento são os de Luiz Eduardo da Rocha Merlino e Jayme Amorim de Miranda.
Segundo a versão oficial divulgada, Merlino, morto aos 22 anos, teria cometido
suicídio, mas o relatório, por outro lado, apontou que o jornalista foi levado
à sede do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de
Defesa Interna (DOI-Codi), na cidade de São Paulo, onde passou por sessões de
tortura com choques elétricos e afogamento. Miranda, preso na cidade do Rio de
Janeiro em 1975, foi assassinado aos 49 anos. O jornalista Elio Gaspari afirmou
em seu livro “A Ditadura Encurralada” que o militante foi visto nas
dependências do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na cidade de
São Paulo. Ademais, o presidente da Comissão, Audálio Dantas, e o secretário
geral, Sérgio Murillo de Andrade,
afirmaram que as informações contidas nos documentos foram obtidas através de
18 sindicatos ligados à Fenaj. Segundo Andrade, a ideia é sistematizar as
informações e disponibilizá-las na internet em forma de livro. Para Dantas a
divulgação do relatório contribuirá para se debater sobre a liberdade de
expressão, principalmente num momento em que pequenos grupos estão indo as ruas
pedindo o retorno dos militares ao poder no Brasil. (O Estado de S. Paulo –
Política – 07/11/14)
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