De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, os candidatos à presidência da
República, Dilma Rousseff e Aécio Neves, foram vigiados pelo regime militar
brasileiro (1964-1985). Rousseff foi presa em 1970 por participar da Vanguarda
Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e do Comando de Liberdade
Nacional (Colina) contra o regime militar até que foi libertada em 1972. Em
1975 ao ingressar como estagiária de economia na Fundação de Economia e
Estatística do Rio Grande do Sul passou a ser vigiada novamente pelos serviços
de inteligência do regime militar que afirmavam em seus informes que havia uma
“”infiltração esquerdista e comunista” em órgãos do governo”. Segundo a Folha
há centenas de documentos produzidos pelo Serviço Nacional de Inteligência
(SNI) e pelas Forças Armadas, no Arquivo Nacional, sobre a vida de Rousseff em
Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul. Rousseff foi vigiada de 1968 a 1989.
No início de 1980 Rousseff foi descrita como um militante ativa da causa
feminista e do trabalhismo, que achava que a política não era “muito limpa”. Já
Neves era visto como representante da esquerda moderada. O jornal localizou no
Arquivo Nacional 162 conjuntos de papéis com análises genéricas sobre Neves
produzidos pelo SNI e o Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa). Neves foi
deputado federal em 1986 e atuou como coordenador nacional dos comitês “Jovem
Pró-Tancredo Neves”. Segundo a Folha, a pouca atenção dada a Neves está ligada
a sua idade, pois quando o Golpe de 1964 ocorreu, ele tinha quatro anos de idade.
Além disso, não era visto como um elemento perigoso para o regime, mesmo tendo
participado da 12º Festival Mundial da Juventude, em Moscou. Para o regime
Neves era influenciado pelas ideias liberais de seu avô Tancredo Neves e pelas
teses da esquerda moderada mineira. (Folha de S. Paulo – Especial – 24/10/14)
Nenhum comentário:
Postar um comentário