De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Comissão
Nacional da Verdade (CNV) anunciou, no dia 29/08/14, a confirmação da
descoberta dos restos mortais do desaparecido político Epaminondas Gomes de
Oliveira na capital federal, Brasília. A confirmação foi dada por laudo do
Instituto Médico Legal de Brasília, realizado após exumação dos restos mortais,
no dia 24/09/13. Segundo a Folha, a CNV obteve os dados sobre o local de
sepultamento de Oliveira em registros do antigo Serviço Nacional de
Informações, e embora as informações estivessem imprecisas, os registros do
cemitério possibilitaram a localização do ponto exato. A Folha informou que os
restos mortais de Oliveira seguirão para a cidade de Imperatriz, no estado do
Maranhão, onde a família realizará o sepultamento. Segundo o periódico,
Oliveira tinha ligações com o Partido Comunista Brasileiro e com o Partido
Revolucionário dos Trabalhadores, uma dissidência da Ação Popular. O militante
foi preso em um garimpo no estado do Pará, no dia 07/08/1971, durante a
Operação Mesopotâmia, realizada com objetivo de retirar lideranças políticas
contrárias ao regime militar da região do Bico do Papagaio (tríplice divisa
entre os estados do Pará, Tocantins (então Goiás) e Maranhão), como forma de
detectar focos de guerrilha no local. Segundo depoimentos obtidos pela CNV,
Oliveira foi torturado no Departamento Nacional de Estradas e Rodagens, no
estado do Maranhão. Posteriormente foi levado à Brasília, onde permaneceu preso
e foi torturado novamente, no Pelotão de Investigações Criminais. Oliveira
morreu em 20/08/1971 no Hospital Militar de Guarnição de Brasília, no Setor
Militar. O Estado informou que, para recompor a história da morte de Oliveira,
a CNV investigou a Operação Mesopotâmia em Brasília, no Maranhão e no estado de
Tocantins, e ouviu 41 depoimentos sobre o caso. O periódico lembrou que
Oliveira foi o primeiro desaparecido político identificado pela CNV. (Folha de
S. Paulo – Poder – 30/08/14; O Estado de S. Paulo – Política – 30/08/14)
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