terça-feira, 2 de setembro de 2014

Colunista defendeu urgência em retomar negociações sobre a Base de Alcântara

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, defendeu urgência na retomada das negociações acerca da Base de Alcântara, no estado do Maranhão, e afirmou que “o aproveitamento do Centro de Lançamento de Alcântara e o desenvolvimento de veículos lançadores de satélites são prioridade no âmbito do Programa Nacional de Atividades Espaciais do Ministério da Defesa”. Barbosa relembrou que, em agosto de 2003, uma explosão acidental na base paralisou o projeto e matou 21 cientistas que conduziam o programa do veículo lançador de satélite VLS-1. Além disso, ressaltou a necessidade de apoio dos Estados Unidos da América (EUA) para a negociação de um acordo de salvaguarda tecnológica que permita o funcionamento de um centro de lançamento competitivo, garantindo a entrada do Brasil no mercado de satélites de telecomunicações e de meteorologia. De acordo com Barbosa, a base somente seria comercialmente viável mediante novo acordo entre Brasil e EUA, uma vez que o acordo anterior não foi ratificado por motivos ideológicos após a revelação da espionagem estadunidense. Atualmente, o Brasil tenta desenvolver um veículo lançador de satélites próprio; outro com apoio da Ucrânia; um programa de lançamento de satélites com a China e lançou no dia 29/08/14 um foguete de sondagem que testará, pela primeira vez no país, combustível líquido embarcado. Segundo Barbosa, sem o acordo com os EUA, nem mesmo o programa em parceria com a Ucrânia avançaria, uma vez que telegramas da Embaixada estadunidense em Brasília, de janeiro de 2009, revelaram que o governo ucraniano solicitou que o governo estadunidense reconsiderasse o apoio à parceria Brasil-Ucrânia para as atividades na Base de Alcântara, permitindo que firmas estadunidenses de satélite utilizassem a plataforma de lançamentos. O governo dos EUA , no entanto, declarou que apenas apoiaria a parceria mediante a entrada em vigor do acordo de salvaguardas entre Brasil e EUA. Barbosa esclareceu que não haveria dificuldades internacionais para o estabelecimento, uma vez que o Brasil é membro do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, portanto, o tratamento seria idêntico ao recebido por outros países que assinaram acordos de salvaguarda com os EUA. Além das dificuldades políticas e da falta de apoio, no entanto, o programa ainda enfrenta a oposição de quilombolas que reclamam terras adjuntas à região ocupada pela base. Por fim, Barbosa destacou que “é urgente recuperar o tempo perdido” para superar os problemas enfrentados pelo programa espacial. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 26/08/14)

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