terça-feira, 16 de setembro de 2014

Comissão Nacional da Verdade apontou envolvimento de empresas com o regime militar

De acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 08/09/14 a Comissão Nacional da Verdade (CNV), apresentou o resultado parcial da investigação a cerca da colaboração de empresas nacionais e estrangeiras, estatais e privadas, com o regime militar (1964-1985). Segundo a Folha empresa como Monark, Embraer, Rhodia, Ford, General Motors, Petrobras, Philips e Volkswagen, ajudaram os órgãos do governo, denunciando trabalhadores engajados na resistência e repassando informações sobre suas atuações, principalmente dentro dos sindicatos entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980. Segundo a Folha, documentos reunidos pela CNV apontam que Volkswagen repassava aos órgãos governamentais informações sobre seus funcionários e reuniões de sindicalistas, um de seus alvos foi o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que no início dos anos 1980 começou a se destacar nacionalmente como líder sindical na região do ABC Paulista. Conforme os documentos apresentados Lula era crítico do governo militar e responsável por incentivar os trabalhadores a suspenderem o pagamento das prestações ao Banco Nacional da Habitação (BNH) como forma de protesto. Procurada para dar mais informações a Volkswagen afirmou que investigará os fatos apontados pela Comissão. Ainda durante a apresentação desses dados, a CNV afirmou que pretende ouvir as empresas acusadas de colaborar com o regime militar e segundo Rosa Maria Cardoso da Cunha, membro da comissão, uma audiência será realizada no mês de outubro, cujo um dos focos é a assistência prestada por tais empresas aos órgãos de repressão. Segundo Sebastião Neto, um dos responsáveis pela pesquisa, “tudo indica que as estatais foram usadas como laboratórios para pensar a repressão dentro das empresas”. De acordo com O Estado, Cunha ressaltou a responsabilidade conjunta entre civis e militares por violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar e afirmou que um conjunto de provas sobre a colaboração de empresas com o regime será estudado para que se possa transformar os casos mencionados em denúncia. Entretanto, ainda não houve consenso dentro da CNV sobre o como estas empresas serão responsabilizadas, porém, isso constará no relatório final, previsto para dezembro de 2014. (Folha de S. Paulo – Poder – 06/09/14; Folha de S. Paulo – Poder – 09/09/14; O Estado de S. Paulo – Política – 09/09/14)

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