De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 08/09/14
a Comissão Nacional da Verdade (CNV), apresentou o resultado parcial da
investigação a cerca da colaboração de empresas nacionais e estrangeiras,
estatais e privadas, com o regime militar (1964-1985). Segundo a Folha empresa
como Monark, Embraer, Rhodia, Ford, General Motors, Petrobras, Philips e
Volkswagen, ajudaram os órgãos do governo, denunciando trabalhadores engajados
na resistência e repassando informações sobre suas atuações, principalmente
dentro dos sindicatos entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980.
Segundo a Folha, documentos reunidos pela CNV apontam que Volkswagen repassava
aos órgãos governamentais informações sobre seus funcionários e reuniões de
sindicalistas, um de seus alvos foi o ex-presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, que no início dos anos 1980 começou a se destacar nacionalmente
como líder sindical na região do ABC Paulista. Conforme os documentos
apresentados Lula era crítico do governo militar e responsável por incentivar
os trabalhadores a suspenderem o pagamento das prestações ao Banco Nacional da
Habitação (BNH) como forma de protesto. Procurada para dar mais informações a
Volkswagen afirmou que investigará os fatos apontados pela Comissão. Ainda
durante a apresentação desses dados, a CNV afirmou que pretende ouvir as
empresas acusadas de colaborar com o regime militar e segundo Rosa Maria
Cardoso da Cunha, membro da comissão, uma audiência será realizada no mês de outubro,
cujo um dos focos é a assistência prestada por tais empresas aos órgãos de
repressão. Segundo Sebastião Neto, um dos responsáveis pela pesquisa, “tudo
indica que as estatais foram usadas como laboratórios para pensar a repressão
dentro das empresas”. De acordo com O Estado, Cunha ressaltou a
responsabilidade conjunta entre civis e militares por violações de direitos
humanos ocorridas durante o regime militar e afirmou que um conjunto de provas
sobre a colaboração de empresas com o regime será estudado para que se possa
transformar os casos mencionados em denúncia. Entretanto, ainda não houve
consenso dentro da CNV sobre o como estas empresas serão responsabilizadas,
porém, isso constará no relatório final, previsto para dezembro de 2014. (Folha
de S. Paulo – Poder – 06/09/14; Folha de S. Paulo – Poder – 09/09/14; O Estado
de S. Paulo – Política – 09/09/14)
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