Arquivo, CB, D.A. Press. Honestino detido na
Universidade de Brasília- ele presidiu a UNE em 1971, ano em que a entidade era
clandestina. Correio Braziliense, Brasília, 01 de abril, 2014
De acordo com o periódico Correio
Braziliense, uma série de documentos encontrados pela Comissão da Verdade de
Pernambuco (CV-PE) e examinados pela Comissão da Verdade do Rio de Janeiro
(CV-RJ) revelaram uma pista, a primeira encontrada em 40 anos, para desvendar o
desaparecimento do ex-presidente União Nacional dos Estudantes (UNE) Honestino
Monteiro Guimarães. Os documentos continham os dados fornecidos pelo Serviço
Nacional de Informações (SNI) ao Ministério da Aeronáutica sobre as prisões de
opositores do regime militar (1964-1985). Há quarenta anos, familiares de Guimarães
alegam que o líder estudantil foi sequestrado e levado ao Centro de Informações
da Marinha (Cenimar) no dia 10/10/1973. No documento encontrado, o enunciado
“Preso em 10 Out 73 no Rio de Janeiro” confirma a data. Além da data de prisão,
os relatórios enviados pelo SNI à Aeronáutica continham o codinome do
militante, “Alexandre”, o histórico policial e o tempo de condenação, 19 anos.
Nos mesmos documentos foram encontradas informações sobre o desaparecimento do
militante Fernando Santa Cruz, um dos casos investigados pela CV-PE. Segundo o
SNI, Cruz foi preso no dia 22/02/1974. Assim como no caso de Guimarães, essa é
a primeira pista desde o desaparecimento de Cruz. Enquanto o presidente da
Comissão da Verdade da Universidade de Brasília, Cristiano Paixão, e a atual
presidente da UNE, Virgínia Barros, acreditam que essas evidências possam levar
a novas informações sobre o desaparecimento de Guimarães, o presidente da
CV-RJ, Wadih Damous, alega que somente os indícios de prisão não bastam para
saber o que aconteceu e que o Estado democrático deve se pronunciar para que a
verdade sobre os desaparecimentos seja conhecida. O sobrinho do militante,
Mateus Guimarães, declarou que os documentos confirmaram aquilo que a família
sabia. Desiludido com o progresso das comissões da verdade, o sobrinho do
militante criou um projeto on-line chamado “Trilhas de Honestino” que tenta
traçar a história do ex-presidente da UNE de forma colaborativa. Segundo o
Correio, diversas entidades relacionadas à vida do militante comemoraram a
descoberta dos documentos. (Correio
Braziliense – Política- 31/03/14; Correio Braziliense – Política – 01/04/14)
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