Segundo os jornais Correio Braziliense, Folha
de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o dia 31/03/14 foi marcado por diversos
atos em referência aos 50 anos da tomada de poder pelos militares. A
Subcomissão da Verdade do Senado afirmou que vai apoiar a campanha da Anistia
Internacional que pede a revisão da Lei da Anistia (1979). O jornalista e
exilado político José Maria Rabelo pediu que o nome do Estádio Punera Bley, na
cidade de Vitória, seja alterado. O nome refere-se ao general responsável pela
destruição da redação do jornal Binômio durante o regime militar (1964-1985). A
Ordem dos Advogados do Brasil, por sua vez, reuniu advogados que foram atuantes
na defesa de perseguidos políticos do regime e realizou o ato “Para não
repetir”, durante o qual o ex-militante das Ligas Camponesas, Joel Câmera,
surpreendeu a plateia ao declarar que “não houve golpe, mas uma revolução”. Na cidade
de São Paulo, manifestantes se reuniram em frente ao prédio que abrigou o
Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa
Interna (DOI-Codi), onde exibiram fotos de presos e desaparecidos políticos e
encenaram um interrogatório semelhante aos que ocorriam durante o regime. Além
disso, os manifestantes pediram a revisão da Lei da Anistia (1979) e entoaram o
hino da Internacional Socialista para recordar os comunistas mortos pelo
regime. Segundo o Correio, no dia 31/03/14 manifestantes do grupo Levante
picharam a residência o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra no
distrito federal, Brasília. Faixas e fotos de desaparecidos políticos foram
expostas em frente à casa de Ustra e os ativistas encenaram cenas de torturas e
entoaram slogans contra o regime militar. Outros manifestantes realizaram o
mesmo ato na rua em que vive o delegado Aparecido Laertes Calandra, conhecido
como Capitão Ubirajara. No mesmo dia, o ato se repetiu em frente ao Congresso
Nacional. Manifestações também foram realizadas pelo Movimento dos
Trabalhadores Sem-Terra em memória aos camponeses mortos durante o regime. Os
ativistas marcharam até o Supremo Tribunal Federal e cobraram do presidente da
Corte, Joaquim Barbosa, o julgamento dos torturadores. De acordo com Folha, na cidade de São Paulo
houve um protesto de movimentos sociais e sindicais em repúdio à violência
policial e ao projeto de lei antiterrorismo. Manifestantes também saíram às
ruas na cidade do Rio de Janeiro, organizados por centrais sindicais,
movimentos estudantis e partidos de esquerda em uma “descomemoração” aos 50
anos da tomada de poder de 1964. Militares da reserva também se reuniram na
cidade do Rio de Janeiro para comemorar os 50 anos do que chamam de “revolução”
e manifestaram repúdio ao trabalho das comissões da verdade e à cobertura da
impressa relacionada ao cinquentenário. A reunião ocorreu no Clube da
Aeronáutica, um local distante do centro da cidade por causa do “medo de
hostilidade”, segundo os militares. (Correio Braziliense – Política – 01/04/14;
Correio Braziliense – Política – 02/04/14; Folha de S. Paulo – Poder –
02/04/14; O Estado de S. Paulo – Política – 01/04/14)
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