WILTON JUNIOR/ESTADÃO. O Estado de S. Paulo,
São Paulo, 09 abril 2014, p17.
Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, iniciou-se
no dia 05/04/14 a ocupação do Complexo de Favelas da Maré, na cidade do Rio de
Janeiro, pelas Forças Armadas. A operação se iniciou com 2500 fuzileiros da
Marinha e membros da brigada paraquedista do Exército que tiveram como primeira
missão percorrer a região e realizar o seu mapeamento. Posteriormente, o
efetivo foi reduzido para 1600 homens, os quais se revezam em turnos de seis
horas, para manutenção do trabalho. Nesse primeiro momento da ocupação, as
buscas se concentram em casas que eram anteriormente utilizadas por
traficantes. A Folha afirmou que os militares já conhecem os locais que eram
utilizados pelo traficante Marcelo dos Santos, ex-paraquedista do Exército, que
garantia treinamento militar aos membros da facção, preso recentemente pela
Polícia Federal. Desde o dia 30/03/14, 300 policiais militares também atuam na
região. Segundo O Estado, a base da Força de Pacificação da Maré está montada
no quartel do Centro de Preparação de Oficiais de Reserva. O Estado afirmou que
a Marinha é responsável por cinco favelas do complexo, localizadas ao sul da
Linha Amarela, e o Exército responsável por outras dez unidades. De acordo com
o ministro da Defesa, Celso Amorim, a atuação das Forças Armadas ocorrerá até
julho e está ligada ao esquema de segurança para Copa do Mundo de futebol.
Segundo a Folha, a ocupação militar antecipa a implantação de uma Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP) e contribui com o governo do estado do Rio de
Janeiro em sua política de segurança. Ainda, de acordo com a Folha, o sucesso
da ocupação pelas Forças Armadas passa pela aprovação da comunidade e, por
isso, as tropas começaram um processo de conscientização dos moradores através
do diálogo. Os militares pretendem receber ajuda da comunidade para manter o
patrulhamento, pois é preciso montar postos de observação nas lajes das casas
para evitar surpresas por parte dos traficantes. O Estado divulgou que, apesar
da ocupação, no dia 07/04/14, uma equipe do jornal foi abordada por traficantes
enquanto trabalhava no local, acerca de 200 metros da praça da Vila dos
Pinheiros, onde se concentravam militares da Marinha e policiais militares. O
general de Brigada e comandante da Força de Pacificação da Maré, Roberto
Escoto, admitiu que as favelas ainda abrigam traficantes. Segundo O Estado, um
balanço divulgado, no dia 07/04/14, pela Força de Pacificação apontou que os
militares já apreenderam equipamentos usados para triturar cocaína, 242 cartuchos de pistola calibre 45, uma
arma branca com inscrições de uma facção criminosa, três equipamentos de rádio,
R$ 970 em espécie e dois veículos roubados, além de pequenas quantidades de
diversas drogas. Ainda, de acordo com os jornais Correio Braziliense, Folha de
S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Força de Pacificação da Maré sofreu cinco
ataques entre os dias 07 e 08/04/14. Esses ataques ocorreram em localidades do
Complexo de Favelas da Maré, como na favela Vila dos Pinheiros, onde um grupo
de militares acompanhava uma manifestação e foram recebidos por tiros, e na
favela Vila do João, onde tiros foram direcionados contra dois locais em que
militares faziam plantões. Segundo a Folha, alguns moradores manifestaram-se
contrários à presença dos militares. O governador do estado do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão, relatou que serão necessários investimentos de longo prazo
para que se resolva os problemas de segurança do Complexo de Favelas da Maré.
(Correio Braziliense - Brasil - 09/04/14; Folha de S. Paulo - Cotidiano -
05/04/14; Folha de S. Paulo - Poder - 06/04/14; Folha de S. Paulo - Cotidiano -
07/04/14; Folha de S. Paulo - Cotidiano - 09/04/14; O Estado de S. Paulo -
Metrópole - 05/04/14; O Estado de S. Paulo - Metrópole - 06/04/14; O Estado de
S. Paulo - Metrópole - 08/04/14; O Estado de S. Paulo - Metrópole - 09/04/14)
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