Bruno Peres, CB, D.A. Press. Miguel conduz o
Rolls-Royce presidencial para FIgueiredo, em 1981. Correio Braziliense,
Brasília, 01 de abril, 2014.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense,
o ex-motorista Miguel Soares de Oliveira relatou experiências vividas durante o
período em que foi condutor do carro oficial da presidência da República,
servindo a João Goulart e aos cinco militares que ocuparam o cargo durante o
regime militar (1964-1985). Em 1964, Oliveira levou Goulart à base aérea no
distrito federal, de onde o ex-presidente partiu para o exílio, e buscou o
primeiro presidente do regime militar, general Castello Branco. Oliveira
recordou que a tensão existente no país durante o regime militar fez com que se
desfizesse de um retrato autografado de Goulart, assim como outros presentes
que tinham relação com a oposição. O ex-motorista declarou que em sua função
tinha de ser “cego, surdo e mudo” e foi assim que exerceu a profissão até 1985.
Oliveira referiu-se a Arthur da Costa e Silva como alguém de grande
curiosidade, “ele queria saber de tudo”; e não escondeu um carinho especial
pelo último presidente militar, João Baptista Figueiredo, referindo-se a ele
como alguém que “gostava muito de conversar, era muito simpático”. De Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel,
Oliveira afirmou ter poucas recordações. Entretanto, recordou que ao deixar a
presidência, Geisel lhe deu um “forte abraço”, imagem que foi estampada na
imprensa da época. (Correio Braziliense – Política – 01/04/14)
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